26.6.08

Regresso ao futuro

Quando dei a Espanha como favorita, falei no eterno adiamento deste país como potência da bola, mas disse também que não me lembrava duma equipa Roja tão forte. E talvez desde a França de Zidane, que não me lembro duma selecção tão forte. Aprecio mesmo este team de Aragonés. Ora esta equipa tem, como disse juntamente com a Itália, o único Keeper de topo numa candidata séria, e tem a melhor dupla de avançados desde Eusébio e Torres (precipitação!). E depois tem o melhor meiuca que há, com senna, cesc, xabi alonso, xavi, iniesta e silva. Com efeito, neste jogo com a Rússia, após a lesão de Villa, o seleccionador espanhol teve de fazer uma substituição. Em vez de colocar Guiza, homem por homem, meteu cesc, e ganhou aí o jogo. Xavi, Cesc e Iniesta fizeram o que quiseram da equipe de leste. E se estas 3 estrelas se destacaram no ataque, importa-me falar de 2 estrelas que são menos espalhafatosas, que se destacaram noutra parte do jogo. Sérgio Ramos e Marcos Senna. Que prestação. Perfeitos a defender, e muitíssimos eficazes a sair para a ofensiva. Sérgio Ramos atacou muito bem, mesmo. Senna menos claro, mas tácticamente uma maravilha. Em conclusão, uma exibição sem falhas dos espanhóis. E agora vem a Alemanha, que tem um futebol sofrível. que tem passado às custas de erros defensivos rídiculos (e pior que tudo repetidos, que não me enganam, dos 6 golos que marcaram à turquia e a portugal, 5 são iguais, e outro só acontece porque o turco cai magoado) e à custa da frieza e de alguma sorte lá vão à final, discutir com uma equipe de futebol a sério o título europeu. Sabe-se que não é só o espectáculo que se dá, a qualidade táctica e técnica do futebol praticado, e que há vários factores que podem decidir um jogo. Mas meus caros, como apostar contra a Espanha, com melhor equipa, futebol e jogadores? Só mesmo se pensarmos na final do último euro.

24.6.08

Análises e Previsões

Quatro jogos, quatro diferentes espectáculos. Portugal, Croácia, Holanda e Itália não conseguiram resistir à superioridade dos seus adversários e acabaram de modo mais ou menos fatal por serem eliminadas do europeu de 2008. Se há pouco a dizer sobre o PortugalXAlemanha jogo já exaustivamente analisado por toda a blogosfera nacional bem como por todos os jornais desde o Diário de Ponta Delgada ao Destak, o RussiaXHolanda e o TurquiaXCroácia merecem uma menção honrosa neste blogue. Em primeiro lugar devo começar pela alma turca. 1) Jogam pouco futebol, pode parecer um argumento taxativo mas os otomanos até agora mostraram muita raça, muita crença e pouca qualidade, salvo raras excepções. Tem um ataque forte, Nihat, Tuncay e Arda são jogadores de valor mas as operações defensivas deixam muitíssimo a desejar. Venceram os croatas que foram sempre superiores, não num golpe de sorte, mas num golpe rude do destino e da vontade dos deuses. Pode se dizer que o futebol se escreve por caminhos misteriosos, e que esta Turquia era um bom caso de estudo para todos os cientistas do paranormal mas o que é verdade é que foram 3 jogos consecutivos a marcar no final. 2) Penso sinceramente que terão poucas hipóteses contra a frieza germânica porque os alemães não serão tão ingénuos como Checos, Suíços e Croatas e também porque as lesões e as suspensões desfalcam uma equipa que já só de per si não tem valor para jogar umas meias-finais de um campeonato da Europa. Holanda X Russia, Um verdadeiro hino ao futebol. Depois de uma surpreendente fase de grupos holandeses a par da nossa equipa partiam como grandes favoritos para a conquista do campeonato europeu. Foram, porém, surpreendidos pela espectacular Rússia treinada por essa velha raposa do futebol que é Guus Hiddink. O holandês parece que esta destinado ao sucesso e mais uma vez uma equipa sua d]a que falar numa grande competição internacional. Depois de ter levado os socceroos ao mundial de 2006, Hiddink tem a hercúlea tarefa de levar os czares ao título europeu. Sinceramente e depois do que vi no sábado, penso que e perfeitamente possível que isso aconteça. Arshavin é pura e simplesmente genial, em dois jogos arrisca-se seriamente a ser considerado o melhor jogador deste euro. O n’ 10 do Zenith tem na Áustria e na Suíça a oportunidade de sair para um tubarão europeu, ao que consta propostas não lhe faltam e espero com expectativas (muito) elevadas a próxima época deste menino. Ele joga e faz jogar, marca e dá a marcar, é rápido, tecnicista e imprevisível é sem duvida um grande mago do jogo. A Espanha venceu os italianos à …italiana, isto é, nos penaltys que foram o culminar de um jogo onde se jogou a duas velocidades: parado e lento. Só David Silva e David Villa iam tendo ideias para mudar o rumo da partida, o meio campo de “nuestros hermanos” (tirando Senna) mostrou-se apático e sem soluções e nem com a entrada do génio Cesc o miolo ganhou mais velocidade e imaginação. Os italianos desfalcados do seu principal jogador ia aproveitando a apatia da Espanha para de quando a quando e por intermédio de Cassano ou Camoranesi por em sentido o guardião “blanco” Iker Casillas. Creio que a final será Alemanha contra a Russia. Todavia este europeu tenho incorrido em várias falhas nas minhas pressuposições. Penso sinceramente que serão estas duas equipas com mais hipóteses de disputar a final. Os russos porque para além do enorme talento de jogadores como Arshavin, Pavlyuchenko, Zirkov, ou Akinfeev é preciso relembrar que estes jogadores se encontram a meio da época, ou seja, no pico da forma física e os espanhóis vem na maioria de épocas longas e desgastantes.

20.6.08

A angustia do Guarda Redes antes de sair a um cruzamento.

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Bola parada. Cruzamento para área, saída pouco confiante…Golo! A cabeçada de Angelos Charisteas põe a Grécia na frente do marcador num jogo que dita a derrota lusitana numa final jogada em casa. /div>
Bola parada. Cruzamento para área, saída pouco confiante…golo! A cabeçada de Michael Ballack põe a Alemanha a vencer por dois golos, a esperança portuguesa esmorece. Dois grandes momentos, dois europeus, o mesmo protagonista. Ricardo. Haverá mais alguma coisa a dizer para além de que nos momentos decisivos voltou a mostrar que não tem classe. Não tem classe nem dentro, nem fora dos relvados. È fácil dizer que os portugueses não gostam do Ricardo (algo dito na primeira pessoa pelo Labreca) é fácil de vir acusar os portugueses de o destabilizar, é fácil de mandar bocas ao melhor guarda-redes português dos últimos 10 anos. Depois da frustração, é ainda mais fácil criticar individualmente alguém, mas se algum jogador tem que ser criticado, é o suplente de Casto (mas quem é este gajo) no bétis de Sevilha. Penso ainda no chapéu de Poborsky no euro 96 ou no auto-golo de Jorge Costa no Mundial da Coreia e só me apetece gritar:“Volta Vítor, estás perdoado!!”/div>
P.S Se algum dia Ricardo se quiser retratar e escrever um livro sobre a sua vida, já tem a sugestão para um bom titulo.

18.6.08

AGORA É A SÉRIO

A selecção das equipas capazes de aguentar a pressão, capazes de se exibirem convincentemente e capazes de obviamente obterem resultados está feita. Quer dizer falta uma (Russia ou Suécia). Após 22 jogos está na altura de se fazer um balanço por dois motivos: primeiro porque me aptece e segundo porque hoje quando acabar a fase de grupos não vou ter tempo. Começo pelo último, pelo inacabado, o D. A Espanha em primeiro, justo. Pelos golos, pelo futebol atractivo e parece-me pela fraqueza das outras equipas. A Russia está na luta e na minha opinião, irá passar pois apesar de mostrar fragilidades na defesa, tem um ataque fresco (tal como toda a equipa devido à época na Russia estar agora a meio) e com bons jogadores. Para o último jogo já contam com Arshavin e certamente que o médio que brilha no Zenit trará maior qualidade ofensiva. A outra equipa ainda viva é a Suécia que confesso esperava mais... Acredito que tem bons valores para não ser Ibrahimovic dependente, e creio também, que o modo para potencializar este grande jogador não pode ser atirar-lhe a bola e esperar que ele resolva. Porém, resultou. Bola para ele golo à Grécia, bola para ele golo à Espanha. Enfim, parece-me uma equipa que está a jogar contra a sua história, que consegue defender mas de forma algo sofrível e que não consegue atacar a não ser da maneira supra referida. Quanto à Grécia não há muito a dizer apenas que desta vez não deu, a sorte não estava do lado deles como em 2004 e quem não joga... No grupo da morte propunha que o nome se chamasse o grupo dos equívocos. Primeiro o mais óbvio: o eqívoco de Domenech. Ouve vários mas parece-me que jogar três jogos sem um 10 tendo resultados negativos em todos eles é o mais clamoroso. Toulalan não está talhado para fazer a posição 10, ver Makelele a tentar pegar no jogo é anti-natura e a aposta em Anelka (Trezeguet não tinha espaço?)...Não quer apostar em Nasri? Recue Benzema...Só a espaços contra a Holanda a França provou que poderia lutar por este grupo. Quanto à Roménia teve brilhante na gestão do grupo C percebeu as suas limitações, defendeu (e muito bem) e teve na chuteira de Mutu os Quartos de Final mas não estava escrito e as mãos (e o pé) de Buffon escreveram outro caminho. Mestres na gestão dos tempos de jogo e do controle do mesmo (equipa que para mim melhor o fez no euro) fizeram isto mesmo no último jogo e aqui esteve o seu eqívoco pois defender o terceiro lugar não chega para passar. Terá sido por incapacidade ofensiva? Quanto aos apurados da Holanda apenas se pode bater palmas pela frescura de futebol, golos, classe, classe e mais golos também. Van Basten confesso surpreendeu-me:sem receios assumiu a cultura holandesa, mexeu na equipa sempre a ver a baliza e também claro, foi feliz. Por fim a Itália, dois jogos sofridos e um jogo com a França que dado tudo que se passou (lesão de Ribery, expulsão do "central" Abidal e penalty) foi "como eles gostam", isto é, em vantagem geriram o apuramento. Parece-me no entanto que aquele meio campo se atrofia, que De Rossi pisa os mesmos espaços de Pirlo, que deste se pede tudo e que Del Piero tem de jogar mais. Buffon conseguiu o apuramento, salvou literalmente a catástrofe e agora tudo pode acontecer num escaldante Itália-Espanha... Grupo B não há nada a dizer a não ser elogiar os pupilos de Bilic. Creio que para ninguém deste blog foi uma surpresa. A Croácia na senda da equipa de Suker de 98 ganhou a Alemanha, provou que sabe o que tem de fazer para ganhar em cada jogo. De realçar a simplicidade alucinante de Luka Modric, o discurso positivo de Bilic e os 9 pontos que a tornam no meu entender em candidata. A Alemanha conseguiu também o apuramento. Quanto à equipa da casa muito querer e pouco talento. Já a Polónia considero a pior equipa da competição. Porquê? Primeiro porque não soube defender, ao pensar na Polónia revejo os dois centrais a correrem atrás de dois pontas de lança isolados. Contra a Alemanha até o 2-0 estar feito foram atropelados e contra a Austria só não foi igual por esta ter falhado vários golos. No grupo A creio ter acertado na minha análise. Portugal passou e surpreendeu apenas no entrosamento e frescura física. A psicologia de Scolari foi fulcral, sentiu-se isso no primeiro jogo e a aposta em Moutinho foi acertada. Na selecção as figuras são muitas mas destaco três: Pepe, Moutinho e Deco. A minha desilusão foi a Suíça, perdeu ingloriamente o primeiro jogo, perdeu ingloriamente o segundo e ganhou ingloriamente o terceiro. Podiam ter passado mas falharam nos momentos cruciais. Quanto a Czech provou-se o que disse que não iriam longe, cairam por onde menos se esperava, fim de época catastrófica de Cech. A Turquia como avisei era capaz do melhor e do pior. Duas recuperações recambolecas, duas vitórias da crença, um apuramento para a história. Agora é a sério, não se pode falhar, em Viena a glória está à espera...

17.6.08

Já começou!

Ora a Itália passa aos Quartos com um golo de penaltie, um auto-golo e uma exibição sofrível. Está, portanto, a todo o gás já, a itália que conhecemos de outros campeonatos. A Holanda não permitiu que a roménia sonhasse, e a verdade desportiva ficou intacta. Mas que raio de verdade desportiva é esta? Vamos lá ver ou analisar as vantagens desportivas da passagem da Itália aos quartos para a Holanda: assim à primeira vista, ZERO. a Itália expôs-se a esta situação, dependente de outros para passar, por culpa própria. Mas os outros não são só os romenos, mas os holandeses também. E quando Donadoni diz que Van Basten é sério, e o seleccionador holandês diz que vai fazer o que deve, eu pergunto se está tudo doido. O que se deve fazer, o que é sério para a Holanda, é permitir a eliminação da Itália. Isto é a verdade desportiva, no sentido em que é o melhor para a selecção holandese, pois, sejamos sinceros, jogam muito, mas se encontrarem uma Itália nas meias, de que é que isso lhes vale? Provavelmente, de nada. Não estão em causa, atenção, os resultados de hoje, pois a Roménia desiludiu, não fez nada, foi miserável, e não mereceu minimamente, não só a passagem, mas o apoio incondicional que algumas pessoas (muito desiludidas) deste blog lhes prestou. Falharam a todos os níveis neste último jogo, parecendo que não tinham o menor interesse em passar. Nesse sentido, é justo e certo, a nível desportivo, a Roménia não passar. Mas não me falem, num tom demagógico, que a Holanda fez o que devia, cumpriu, e não se esperava outra coisa. É verdade que a Roménia acabou por, no último jogo, repito, demonstrar incapacidade de passar à fase seguinte, mas que a Holanda fez o certo e cumpriu com a verdade desportiva, não é verdade. A verdade desportiva da Holanda é fazer o melhor para a sua equipa ser campeã da Europa. E tal como rodou jogadores, no interesse de poupar os principais, era do seu interesse, parece-me, que a Itália fosse, na realidade, eliminada. A não ser que estejam tão confiantes, que acham certa a vitória. Mas com a Itália que eu e todos nós conhecemos, a final que eu estou a prever não é com a Holanda ou Espanha.

É este ano?

Hoje decidi perder uns minutos para vos falar de Rodigo Palacio, uma das maiores estrelas do panorama sul-americano mas que por incrivel que pareça tarda em vir para a Europa! Este avançado de 26 anos nascido na Argentina, país que tantos e tantos talentos nos traz, desde muito jovem que surpreendia pela sua facilidade em fuzilar os guarda-redes, foi então em 2002, com 20 anos, que salta do modesto Bella Vista (4ºdivisão) para o Huracán (2ºdivisão) onde o seu desempenho rendeu 15 golos. Já em 2003 "La Joya" estava em Espanha sentado à mesa com o Alavés e com o Racing Santander quando recebeu um telefonema com uma proposta do Bansfield. Palacio nao hesitou e regressou ao seu país natal, desta vez para jogar no principal escalão. No Bansfield marcou 11 golos e de pronto surgiu o interesse de um grande do seu país, neste caso o Boca. A transferencia causou grande entusiasmo entre os adeptos mas nos primeiros tempos Palacio surgiu no banco suplentes o que motivou campanhas de apelo ao treinador, na altura Miguel Brindisi, para colocar o menino prodígio no seu 11 ideal, ao que Brindisi respondeu "a tempo lá chegará e vai ser um ídolo para os adeptos". Apesar de ter pedido a demissão pouco depois (após derrota com os rivais do River Plate) o ex-treinador do Boca acertou mesmo e Palacio é hoje ao lado de Riquelme o maior ídolo da torcida, claro que falo de jogadores em actividade pois "O" grande Maradona é e sempre será o grande ídolo no La Bombonera. Curiosamente Maradona telefonou recentemente a "La Joya" para lhe pedir uma camisola, momento mais alto da carreira de palacio? não sei, mas pelo menos o mais emocionante deve ter sido! 9 meses depois de reprentar um grande do futebol argentino foi chamado pela primeira vez para representar a Argentina frente à Bolivia onde so jogou 4 mintuos. Desde então nao saiu mais das convocatórias da seleçao azul celeste, estando mesmo presente no Mundial2006. O seu trabalho no Boca continuou e ao lado de Palermo tem ajudado a esquecer Carlitos Tévez. Em 2007 marcou o golo mais importante da sua carreira na Final da Taça dos Libertadores da América contra o Grêmio mas nao se fica por um golo numa final e ao serviço do Boca já leva 41 golos(12 deles em 2006 onde foi consedirado o melhor marcador do torneio clausura). Com 1,75m de altura e 66 kg, Rodrigo nao se intimida e apresenta um forte jogo de cabeça. Matador na linha dos grandes goleadores argentinos, este jogador tarda em chegar à Europa apesar de rumores darem conta de uma proposta de 20 milhoes de euros por parte da Lázio, clube menor para as capacidades deste atleta, que pode ser pouco pois grandes clubes como o Barcelona e o Arsenal(escolheram Eduardo em vez de Palacio) já pediram informações ao seu actual clube. É esperar que o craque chegue e depois é disfrutar do seu futebol.

O QUE FALTA A QUARESMA...

Antes de mais, devo dizer que se escrevo sobre um só jogador numa fase em que decorre uma grande competição é obviamente porque ele não me é indiferente e neste caso por considerar que Quaresma é um grande grande talento mas está longe de ser um grande jogador. O que tem Quaresma? Talento para vender onde quiser, no Porto, em Lisboa, Milão etc ; tem recursos técnicos raros em qualquer jogador (mesmo em alguns dos melhores do mundo). O que não tem? O que poderia ter? O que deveria ter? Proponho-me fazer uma breve análise... Antes de mais, parece-me que Quaresma sofre dum mal que ataca grande parte dos jogadores em Portugal. Este mal tem identifica-se muma frase que o 7 do FCP gosta de dizer e não só gosta, como a repete semana a semana: "eu não tenho nada a provar". Para mim Quaresma, com o devido respeito, tens. Será que quem vai para o Barcelona e não vinga (aqui o maior culpado muito provavelmente não é ele) tendo de regressar para relançar a carreira não tem nada a provar? Porque será que v.g.Man Utd ao querer um extremo chega a Portugal e leva Nani, ainda a começar a carreira, por 25 milhões, e não Quaresma? Sendo ele um valor firmado no futebol português era de prever que o preferissem... A verdade é que Quaresma no Scp perdeu a corrida para Ronaldo (lemram-se quando aquele era melhor que este?) e na selecção está a perder para Nani. Claro que a sorte numa carreira conta muito mas não é tudo... Quando penso em Quaresma lembro-me das "letras", das "trivelas", das tentativas de agressão, dos jogos apagadíssimos que faz quando são decisivos (final da taça 2008, FCP-Schalke quando isolado falha o apuramento). Para mim, trata-se dum jogador que tem de se libertar e com isto não é insistir nas "leetras" quando a equipa perde. Libertar é aliar tudo o que tem de bom a tudo o que uma equipa precisa dele. Quaresma não é um excelente meia distância mas tambeém Ronaldo não era, Quaresma grande parte das vezes perde o timming do lance (seja o remate, o passe...), Quaresma apaga-se imenso dos jogos reaparecendo não raras vezes a tentar uma meia finta meia agressão ou a agarrar o símbolo do clube (actualmente o FCP). É no meu entender um caso estranho, está num clube que proporciona aos jogadores condições para brilharem e ele pode brilhar. Poré m, na Champions raramente embala para grande jogo, nos derbys tirando um ou dois jogos (normalmente contra slb) apaga-se. Onde Quaresma costuma marcar a diferença é contra equipas manifestamente inferiores... Isto são as críticas, pois quando Quaresma arranca para uma trivela consequente, quando resumindo...quer jogar, torna-se num potencial grande jogador. Este potencial grande jogador tem muito pouco tempo para provar realmente o que vale..Ou fica ao lado de Ronaldo, Figo, Rui Costa etc ou fica ao lado da segunda linha da história do futebol nacional.

15.6.08

O pequeno gigante

Hoje é fácil de falar bem de João Moutinho. Está na boca de todos por estar com um pé direito no Barcelona, com o esquerdo no Arsenal e com a cabeça no Manchester United. Porém há uns tempos atrás para os não sportinguistas este não passava de um Hugo Viana e para os sportinguistas a estrela da companhia era o balofo do Veloso. Quase um ano depois, o tempo veio me dar razão e consagrou um jogador que admiro dentro do relvado pela sua ambição, garra e qualidade e fora dele pela sua humildade e perseverança. Enquanto Veloso e Quaresma são taxativos a afirmar que querem sair, o jovem capitão sportinguista não entra em euforias desnecessárias e recusa o mediatismo de uma possível transferência milionária../div>
Em setembro de 2007 escrevi este texto, que a pedido de várias boas familias, passo a publicar:./div>
"Uma vez Gary Lineker disse que o futebol era um conjunto de vinte e dois jogadores que corriam atrás da bola, que tinha um árbitro que cometia alguns erros e no final ganhavam os alemães…Segundo esta impostação simplista das coisas, não haveria espaço no futebol para jogadores como João Moutinho, este pequeno grande jogador (perdoem-me a evitável antítese) não é, ao contrário daquilo que Piet de Visser (olheiro do Chelsea) classificou Nani, um super-talento. Pode não ter a técnica nem a magia de um Ronaldo ou de um Quaresma nem o ímpeto físico de um Vieira ou de um Gattuso, mas é o motor que faz rodar toda a máquina preparada por Paulo Bento.Diz-se que os habitantes da cidade Koninsberg acertavam as horas dos seus relógios com a passagem de Kant, pois este passava todos os dias no mesmo sítio há mesma hora, analogamente é isto que se passa com João Moutinho relativamente ao Sporting: equipa acerta-se pelo jogo do seu capitão, do seu líder dentro de campo, que nunca jogando mal e raramente sendo razoável tem apenas 20 anos e comanda do meio-campo toda acção ofensiva do clube de Alvalade, todo o jogo sportinguista passa pelos pés do algarvio que sem medo assume cada jogada como se fosse a derradeira da sua vida.Nos dias em que todos elogiam o filho de uma antiga glória benfiquista, eu prefiro evidenciar as qualidades que fazem de Moutinho um dos meus jogadores de eleição, a combinação de uma série de características físicas, psicológicas, técnicas e tácticas fazem dele um jogador fora-de-série que temporiza, organiza o ataque e defende com uma eficácia impressionante.Hoje muito por “culpa” de jogadores como Pirlo, Guardiola ou Redondo (todos jogadores com características diferentes das do 28) o médio centro é hoje um jogador com outro estatuto, o chamado “carregador de piano” tem hoje reconhecido todo o seu mérito, pois antes eram figuras menores se comparados com os Peles, Maradonas ou Eusébios deste mundo. O que é certo é o que seria a magia reconhecida a estes homens sem jogadores como Mário Coluna ou João Moutinho nas suas costas? "./div>
A isto posso hoje juntar, 15 de Junho de 2008, que para Moutinho melhorar deverá arrsicar mais. O que diferencia um bom jogador de um génio é a capacidade de improvisar, de criar do nada uma situação de golo. Por exemplo, contra a Turquia Deco faz dois passes magistrais e desaparece para só aparecer a falhar passes. Porém a maioria dos portugueses ficaram com uma boa impressão dele. Se João Moutinho, que fez um jogo tremendo, não tivesse a um minuto do fim feito um gesto técnico (e estético) quase perfeito teria passado despercebido á maioria dos portugueses../div>
P.S Não posso ficar mais feliz que tenha sido ele a herdar o 10 de Rui Costa. Um dos meus grandes idolos de infãncia.

Precipitações

Caríssimo brazookka, dos comments ao post anterior, daqui LF, membro deste blog. primeiro gostava de analisar a sua análise(porque gosto de analisar análises.também gosto de pressupor pressupostos, mas isso fica para outra altura) à comparação de rvo, mutu-baggio. A palavra comparação remete para um recurso estilístico, usado na gramática portuguesa. No entanto, o recurso estilístico que me é sugerido pelo post é a metáfora. Desde alturas do infantário que me dizem que metáfora é uma comparação exagerada. Quando respondi dessa maneira a uma professora no secundário, levei um estaladão, mas a definição correcta não anda muito longe disso. RVO não diz que mutu é tão bom como baggio, nem que é uma estrela mundial de topo. Apenas utiliza o exemplo de uma estrela maior para dar ênfase à sua ideia base. Portanto as críticas são exageradas. Sendo que rvo precisa de levar na cabeça, esta razão parece-me a menos propositada. Agora, a roménia. Mais uma vez, a canarinha do europeu tem sentido metafórico. Claramente a roménia não pratica um futebol espetacular, nem vistoso, mas é bastante eficaz. Defende possivelmente como nenhuma selecção defende neste euro. O sentido táctico do meiuca para trás é fantástico. Jogadores como tamas rat chivu e radoi, este último, infelizmente, não veremos mais neste euro, têm-se demonstrado intransponíveis para alguns dos maiores avançados da europa. Na verdade a Roménia sofreu neste euro um golo de bola parada, com um erro bastante invulgar do defesa Tamas. Um golo sofrido depois de ter jogado com os 2 finalistas do último mundial, tanto como a Holanda. Claro que a Holanda marcou 7, mas não nos esqueçamos disto: a Holanda passou em 2º no seu grupo de apuramento, atrás destes amarelos. Quer dizer pouco, e possivelmente a laranja não tinha vaart e sneidjer tão bem oleados, mas não é insignificante. E a roménia podia ter praticamente garantido um lugar nos quartos, não tivesse mutu falhado o tal penaltie. Portanto, RVO é, de facto, um metáforas, e esperemos que, para bem de todos, porque se a equipa d Donadoni ainda passa está-se mesmo a ver o que aí vem, a Holanda seja parvalhona e elimine a Itália, deixando a Roménia ir com ela para os quartos. Até porque amarelo e laranja são estéticamente mais interessantes.(mais uma vez, rescursos de estilo ou técnicas de escrita, atenção a elas) p.s. Não consigo pôr parágrafos por qualquer motivo relacionado com o site, desculpem. E muito obrigado às críticas positivas. Sempre são melhores que as outras.

14.6.08

E quando os génios falham?

Em 94 o "Codino" falhou o 5º penalty, depois de ter levado uma frágil Itália até ao momento mais bonito da carreira de um jogador ( A final de uma Copa Mundial). Agora..... 14 anos depois, aparece outro génio irreverente numa grande competição com a responsabilidade de liderar uma frágil equipa (no enquadramento em que está, pois noutro grupo qualquer a questão nem se colocava). Infelizmente o facto de ambos serem idolatrados no mítico Artemio Franchi não e o único traço na história que os une...e Mutu tal como o seu ídolo falhou um penalty decisivo, não numa situacção tão dramática mas pode ter deitado por terra as poucas esperanças romenas. Só espero que Van Basten, que também foi protagonista de um episodio semelhante ao falhar um penalty nas meias-finais do euro92, seja solidário e não atropele este menino romeno como fez com Luca Toni e Ribery. E por ainda não ter acabado.... Levanta essa cabeça, e continua a sonhar.

12.6.08

Vamos lá falar de futebol, essa arte (quase!) humana interpretada por vendedores de sonhos...

Talento Croata derruba candidatos

Quem esperava que a Alemanha iria repetir o triunfo e exibição de domingo, eu incluído, enganou-se redondamente no número da porta. Nem os mais cépticos conceberiam que a pouco imaginativa Croácia que alinhou contra a anfitriã Áustria, desse tamanha lição de futebol aos germânicos que tinham deixado muito boas impressões no primeiro jogo do grupo./div>
Não vi os primeiros 25 minutos de jogo, portanto não posso comentar como é que cada equipa entrou no jogo, mas sei que a Alemanha repetiu o onze que venceu categoricamente a Polónia com 3 homens mais recuados Frings e Ballack no “meiuca” (Moya um abraço), Fritz (lateral de raiz) na direita, que neste sistema se enquadra pelas investidas de Lahm, e com Podolski encostado à esquerda sempre mais próximo dos dois pontas de lança, Klose e Gomez. Slaven Bílic, por seu turno, retirou Petric relativamente ao último jogo e colocou no seu lugar a estrela em ascensão Ivan Raktic nas costas do avançado do Hamburgo Ivica Olic. A croácia entrou em campo, portanto, num 4-5-1 com dois homens nas faixas laterais: Srna ora pela direita ora pela esquerda e Krankjar que foi sempre afunilando o seu jogo dando a oportunidade de tanto Modric como Raktic e mesmo Olic a aparecerem nas alas conferindo assim profundidade ao ataque balcânico. Com um “pivot” defensivo fixo, o veteraníssimo Niko Kovac a servir de pêndulo entre a defesa (sólida) e o ataque (eficaz) podemos (e devemos) considerar que o meio campo Croata é extremamente habilidoso. Para além do raçudo Srna, o triângulo de ouro croata Raktic-Modric-Krankjar providenciam uma dinâmica ofensiva muito interessante. Modric, pára tudo, Modric é sem dúvida alguma a maior estrela desta equipa, ele cria do nada uma jogada de golo, inventa passes deste mundo e do outro, pensa o jogo como os melhores e ainda tem uma habilidade com a bola no pé digna de um verdadeiro maestro. De batuta na mão o prodígio que o Tottenham foi buscar ao Croatia Zagreb por 17 milhões de libras, comandou a selecção balcânica frente aquela que era até agora a mais consensual favorita á vitória neste europeu de futebol.
Diga-se de passagem, e a título pouco relevante, que a Alemanha foi uma sombra daquilo que já mostrou, o domínio croata foi tão avassalador que só entre os 70’ e os 85’ é que a Alemanha teve as rédeas da partida. Também as substituições de Low mostraram-se inócuas, Odonkor não trouxe nada de novo e Schweinsteiger, bem Schweinsteiger, só conseguiu… ser expulso para além de uma boa jogada individual. Tirando Frings o resto da equipa andou perdida e sem conseguir trocar a bola convenientemente, e é imperioso referir que a defesa germânica meteu agua no primeiro golo - não querendo dar um grande protagonismo desnecessário ao caro amigo/comentador/analista Ricardo Oliveira, Per Mertesacker e Metzelder não são herdeiros dignos dos grandes defesas alemães na esteira de Beckanbauer, Sammer ou Kohler. Isto não significa que são determinantemente maus jogadores, mas, e voltando aquilo que RVO já disse, parecem-me os dois demasiado duros de rins.
Uma última nota (solta) sobre o “simpático” seleccionador croata que está efectivamente de parabéns por ter colocado a croácia com um pé nos quartos de final da competição. Bílic para além de ter sido um defesa pertencente á geração de ouro de Boban e Suker é licenciado em direito e é guitarrista de uma banda de heavy metal. Imaginem agora o Fernando Couto, a tocar nos Moonspell, com o livro de metodomonologia (importantíssima teoria jurídico-fiolsófica) de baixo do braço a pedir aos portugueses para porém bandeiras à janela.

11.6.08

ARTE DE DECO EM VITÓRIA DIFÍCIL

Antes de qualquer abordagem detalhada ao jogo importa dar os parabéns Portugal (equipa de futebol obviamente, já que quanto ao resto...) pois em dois jogos conseguiu duas vitórias que têm tanto de importante como de justas. De facto, e ao contrário das duas fases finais, Portugal vence e convence. Quem pensava que a Czceh iria mostrar o fraco futebol que mostrou contra a Suiça desde cedo teve de mudar de ideias. A estratégia era a mesma mas a qualidade com que os pupilos de Bruckner interpretaram o jogo foi bem diferente. Bruckner percebeu bem como tinha de abordar o jogo (já sem o fulgor atacante de outros tempos onde contava com Nedved, Rosicky, Poborsky etc). Assim, confiou na forte defesa "italiana" para parar a frente imprevisível de Portugal. Porém, parece-me que foi no meio-campo que Bruckner equilibra a primeira parte pois com uma forte pressão e com Baros em vez de Koller conseguiram anular pontos fortes de Portugal como a transição ofensiva e mesmo o ataque organizado, ou melhor, o tal futebol sem balizas que Gullit se referia. Baros ajudava no meio-campo, que com maior capacidade física ganhava a batalha a meio-campo (destaque para Galasek). Na manobra ofensiva Sionko atacava pelo flanco de Paulo Ferreira percebendo que era por ali que poderia nascer perigo e Baros movimentava-se bem criando espaços. Estará o leitor a pensar..."este gajo esqueceu-se dos golos...". Precipitação sua... na verdade, o golo de Deco (o primeiro pois foram mais) nasce quase do nada e o golo da igualdade serviu para dar justeza a uma partida na qual o empate se ajustava. Porém, este golo do empate (Sionko) deu ânimo à Czech que enervou Portugal. A equipa das quinas não conseguia sair a jogar, a transição para o ataque era feita às custas de Deco e Ronaldo por repelões que não traziam nada de relevante, e o último passe saia sempre a tentar forçar o que não dava. Apesar de tudo isto, percebia-se que era muito por mérito da Czech e que tal pressão não podia durar para sempre. De referir que nesta primeira parte Pepe e Carvalho tiveram (outra vez) muito bem, e que Bosingwa apesar de defender bem teve muito mal a atacar. Na segunda parte, as mesmas equipas mas um jogo diferente. A tal pressão durou mais 10 minutos e nessa fase...transição rápida, Moutinho com espaço abre para a direita e Deco com grande assistência "dá" a Ronaldo que marca um golo como ele sabe. De facto como li e concordo plenamente, Ronaldo não é no meio que tem de jogar mas é lá que tem de ter forma para aparecer (talvez seja por jogar demasiado encostado à linha que não rende como no Man.Utd). Percebeu-se que salvo algo de anormal o jogo estava ganho. Mexeram os dois treinadores e os dois bem...Bruckner muda para 4:4:2 trocando Galasek (esgotado) por Koller e em resposta Scolari dá peso ao ataque (e à defesa) com Hugo Almeida (sai Nuno Gomes) e troca Moutinho por Meira para ganhar altura e "cuidar" do processo defensivo. Mais tarde sairia Simão e entraria Quaresma. Tentou então a Czech empatar, quem viu pensa que foi mais com o coração do que com a cabeça mas não foi, o ataque da Czech é mesmo o jogo "da bola para o Koller" pois dominar o jogo já não é o forte desta equipa. Assim, o perigo veio de...Ricardo (apesar duma boa defesa). De facto, é gritante as falhas do GR nas saídas e nestes lances perdem-se europeus (por exemplo). Jogo acabar e golo de Deco, aliás de Quaresma. Quando as leis do pragmatismo mandavam perder tempo Deco pega na bola desmarca Ronaldo e Quaresma encosta. Os Quartos de final estão garantidos... Últimas palavras para o "Mágico". Deco está brilhante, naquele seu jeito de de quem faz tudo quase obrigado, parece que vai cair mas consegue uma finta um passe um...poema! Uma má época permite esta forma ( neste jogo não se ficou pelos 60m) mas o talento de Deco é mais que uma má época e uma marca da história do futebol...

9.6.08

Um empate e uma "goleada"

Hoje foi uma jornada de grandes emoções, como ja era esperar este grupo C mais do que um grupo da morte é o grupo espectáculo. Começou o dia com um França - Roménia, não foi o que fez desta jornada espectácular mas isso fica para o fim, onde a seleção de Piturca mais parecia a sua congénere Itália na maneira como defendeu e na maneira como anulou as principais armas francesas, apesar da França ter aparecido num sistema alternativo e algo surpeendente tendo em conta os últimos tempos, com Rat e o seu pé esquerdo a acompanhar Nicolita e Radoi (melhor jogador em campo) e sempre seguros por um autêntico patrão como Chivu e uma dupla de centrais que bastante me surpreendeu, principalmente Tamas, colocaram a seleção Gaulesa numa situação quase que embaraçosa, tal foi a inercia daquele mio-campo. Sinceramente espera uma preponderância maior de Toulalan no aspecto ofensivo e o que viu foi um excessivo apelo a Makélélé para conduzir o ataque francês. Domenech alterou o sistema e com isso roubou protagonismo a dois talentos que combinam tão bem como Benzema e Ribéry, tirando dois lances em que conseguiram trocar olhares, sim por que é a unica coisa que precisam para tranformar um lance banal numa obra prima futebolística, este modelo táctico aprisionou o seu jogo, primeiro reduzindo o número de ataques organizados por Ribéry e Toulalan e depois ao colocar Anelka ao lado de Benzema, sistema que para mim não favorece a qualidade do avançado do Lyon. Para recordar fica um 0-0, que mais do que registar uma desilusão dos adeptos franceses confirma a Roménia como candidata ao apuramento (e não confundam candidata com favorita). O melhor do dia ainda estava para chegar pois o jogo "grande" desta primeira jornada colocava frente-a-frente nada mais nada menos do que o Campeão do Mundo e uma das equipas mais vibrantes do mundo. A História sempre nos mostrou que a Holanda joga bem e bonito mas principalmente nos últimos anos parecia sofrer de uma inaptidão para vencer, o que a História também nos tem ensinado é que uma seleção transalpina até pode jogar mal ou até pode nem assumir a partida mas que quando é preciso aparecer aparece, o que se viu hoje foi precisamente o contrário com uma Holanda brilhante, entusiasmante e ao mesmo tempo cinica com os seus contra-ataques mortíferos e do outro lado da barricada esteve uma Itália que nao assumiu o jogo como ja era de esperar mas quando foi preciso nao apareceu, e porquê? talvez por não ter a uma defesa sólida a que ja está largamente habituada e que dá ao meio-campo uma liberdade e uma dimensão que permitiria a pirlo mostrar o futebol já tão elogiado neste blogue ou então atribuir ao factor azar um papel decisivo, porque de facto a sorte não quis nada com esta Itália, mas na minha opinião Van Basten deu um verdadeiro banho táctico a Donadoni, irónico até pelo pergaminhos da "Squadra Azzurra". Van Basten fez o trabalho de casa e apesar de esperar o meio-campo do poderoso Milão sabia perfeitamente que a esta Itália falta o elo de ligação que no clube milanês é ocupado por um rapaz chamado Ricardo Izecson dos Santos Leite, Kaka' para os amigos, e que permite que este trio de meio campo esteja proximo dos homens da frente, na seleçao italiana isso nao acontece, muito por culpa da ausência de Totti, e se por ventura há um jogador nesta equipa que o pode fazer é De Rossi e não Camaronesi( isto porque ao contrário do que seria de esperar Donadoni montou um esquema um pouco confuso, e ao querer ter o 4--4-2 e o 4-3-3 ao mesmo tempo baralhou por completo as coisas). Ora bem, e o que é que o treinador da "laranja mecánica" fez? nada mais nada menos, do que colocar dois homens de caracteríscas mais defensivas lado-a-lado e bem na frente dos centrais, o resultado disto foi uma sensação de claustrofobia com a qual a equipa capitaniada por Materazzi nao soube lidar, Jong e Engalaar, que estão longe de ser homens muito fortes tecnicamente, tinham uma função, que era não deixar o meio campo adversário respirar e cumpriram na perfeiçao, depois colocou o mágico e cerebral Van der Vaart entre linhas explorando todas as lacunas do meio-campo azul e lançado constantemente os dois alas no apoio a Ruud. Ganhou também a guerra táctica com a inclusão do limitado Khalid Boulahrouz na direito que permitiu a Van Bronckhorts subir pelo lado esquerdo que deixou o experiente panucci (e mais tarde Zambrotta), que nao contou com grande ajuda de Camaronesi, pois nao sabia se ia para o meio com Sjneider ou segurava as investidas do lateral ex-barcelona. Queria falar deixar uma pequena nota para o letal Van Nistelrooy e para o "guerreiro" Kuyt. Donadoni ainda tentou emendar a mão ao colocar Del Piero que ainda mexeu qualquer coisa com o jogo mas já veio tarde, de registar ainda o grande momento de futebol, que antecedeu o terceiro golo da equipa laranja, que pirlo e Van der Saar dividiram. Se dúvidas existiam esta jornada inaugural mostrou que temos grupo, e que grupo.

Laranja Mecânica

Meu Deus o que foi aquilo? É certo que a Holanda teve alguma sorte, o primeiro golo foi estranho(obrigado pela correcção amigo/comentador mjl), mas depois a qualidade do futebol laranja foi assustador. Quem gosta de ver bom futebol, bonito, espectacular tem que torcer pela Holanda, é quase um imperativo categórico. Van der Vaart e Sneider são simplesmente fenomenais, cada jogada destes dois predestinados são como pinceladas de Van Gogh numa tela. A jogada para o segundo golo laranja parece ser tirada do manual do bom-futebol, o passe do número 23 (tal e qual Jordan) a isolar van Nistelrooy é uma tirada do outro mundo. Quem dizia que o meio-campo defensivo holandês é fraquíssimo, que reveja este jogo veja o menino de Jong e o “calmeirão” Engelaar a recuperar a bola e lançar o jogo.
P.s. Só de pensar que o van der Vaart custou ao Hamburgo cinco milhões de euros…deixa-me DOENTE!

O que e' amarelo e joga bem?

Ora à boa maneira dos teóricos, vou precipitar-me, e tecer alguns comentários sobre o França - Roménia, no intervalo. Ora este jogo tem-nos oferecido alguns avisos, aos quais vale a pena estar atentos: 1º aviso – para os mais distraídos, porque os outros já sabiam, a Roménia joga bem. Não vai deixar que a Holanda Itália e França discutam sozinhas os 2 lugares de passagem neste grupo. Prevejo inclusivamente mais dificuldades para a Holanda se manter nessa corrida. 2ºaviso – ao special one. Que chivu jogava bem na defesa já todos sabíamos, mas que jogava tão bem no meiuca, é para mim uma surpresa. Mas mourinho tem mais uma hipótese de grande qualidade para o meiuca. 3º aviso – acções do Benfica descem na bolsa. Investidores, é agora. 4ºaviso – é mais confirmação que aviso, mas este benzema é impressionante. Tem sido, juntamente com ribery, a causa de desequilibrios no jogo, obrigando a defesa da Roménia, com tamas e rat à cabeça, a mostrar-se a grande nível. Enfim, é esta a precipitação da tarde. Continuem a apreciar o dia de futebol de hoje. UPDATE: Confirma-se que a Roménia não veio ao euro passar férias, e já começou a complicar as contas do grupo. Melhor em campo para mim: Radoi, que aguentou, com Chivu e com os defesas, as ofensivas gaulesas.

7.6.08

Il cielo è sempre più blu... (O céu é sempre mais azul...)

Não me querendo alongar na defesa do meu patriotismo, deixo aqui bem claro que a minha esperança é que seja Portugal a ganhar o Campeonato da Europa 08 , no entanto considero a selecção Alemã a selecção com mais condições de alcançar a vitória sendo portanto a minha aposta como a vencedora do torneio.

De seguida , tenho o privilégio de analisar/comentar/precipitar-me em relação a uma das selecções presentes no Euro08, a selecção Italiana.

A “squadra azzurra” entrou na fase de apuramento para o Campeonato da Europa 08 ainda de “ressaca” pelos festejos da conquista do Campeonato do Mundo recentemente ganho na Alemanha. A caminhada para o Europeu começou a 2 de Setembro de 2006 , em Nápoles,cidade onde se viu um Deus de 1,65cm jogar futebol durante sete anos , num jogo em que todos os prognósticos apontavam para uma clara vitória da selecção campeã do Mundo, a Lituânia surpreendeu com um empate (1-1 ).

Seguia –se a França, cinquenta e cinco dias depois de terem ganho nos penalties contra os gauleses a final do Campeonato do Mundo ,os transalpinos tinham uma oportunidade de provar que o desaire frente à selecção da Lituânia não tinha passado de um pequeno desvio de um trajecto que se pretendia vitorioso e consagrado, no entanto, em Paris , “i bambini di Donadoni” sofreram uma derrota inquestionável por 3-1 que mostrou a Donadoni que tinha muito trabalho pela frente para voltar a pôr a “squadra” a jogar um futebol tão eficaz como o praticado pela Itália de Lippi. Mas se o início da campanha da selecção Italiana foi tudo menos auspiciosa, com apenas um ponto nos primeiros dois encontros, o restante percurso pode-se considerar “imaculado” , nos restantes dez jogos realizados , os transalpinos apenas não venceram a França , registando um empate a zero bolas ,adaptados ao novo sistema táctico imposto e trabalhado por Donadoni, um 4-3-3 que teve como “âncora” um meio campo composto por Pirlo, Gattuso e De Rossi , a Itália sofreu apenas 5 golos e marcou 20 , um registo que se revelou fabuloso se tivermos em conta o início desastroso da campanha.

O onze de Donadoni foi constituído na maioria das vezes por Buffon na baliza ,Zambrotta, Cannavaro,Barzagli e Oddo ( devido à ausência de Grosso) na defesa , um meio campo formado por Pirlo, Gattuso e De Rossi , e no ataque Di Natale , Camoranesi e Luca Toni.

O golo de Panucci aos 90+2 contra a Escócia (2-1) no penúltimo jogo da fase de apuramento é o momento decisivo da campanha Italiana para o Campeonato da Europa 2008 ,o golo de Panucci permitia à Itália depender dela própria para alcançar o seu objectivo principal, bastando-lhe vencer as Ilhas Faroé no derradeiro encontro do grupo para assegurar a qualificação para o Euro, encontro esse que acabou com um resultado de 3-1 a favor dos transalpinos selando assim o apuramento Italiano.

A Itália está inserida no Grupo C do Euro08, juntamente com França, Holanda e Roménia, considerado o “grupo da morte” , o seu primeiro jogo vai ser diante a Holanda a 9 de Junho , seguindo se a Roménia cinco dias depois (13/06) e por fim a França dia 17.

Teoricamente , a Roménia sendo a selecção mais fraca (desfalcada de grandes elementos, tais como George Hagi e Sepsi) está à partida afastada da luta pelos dois lugares de acesso aos quartos de final, sendo assim , a disputa vai ser entre as selecções da Itália, França e Holanda, sendo o meu prognóstico que os lugares de acesso à fase seguinte vão ser ocupados por Itália e França , sendo o jogo de dia 17 de Junho decisivo para saber quem passa em primeiro lugar, apanhando assim o segundo classificado do Grupo D.

Para o Campeonato da Europa a Itália deve manter o esquema táctico utilizado durante a fase de apuramento , o 4-3-3 que tão bons resultados proporcionou .No entanto a inesperada lesão de Cannavaro vai obrigar Donadoni a alterar a sua defesa, substituindo o influente defesa transalpino (melhor jogador do Mundo do ano de 2006) por Materazzi, que embora não tenha participado na maioria dos jogos da qualificação, é um jogador com 40 internacionalizações e que vai participar na sua terceira fase final de uma grande competição Mundial. Outra das alterações que Donadoni deve proceder na sua equipa deve ser a entrada de Grosso para lateral esquerdo em detrimento de Oddo , com Grosso a recuperar o seu melhor nível físico e sobretudo moral na fase final da época, o seleccionador transalpino deve apostar na sua presença no onze, pondo de lado a hipótese de Panucci recuperar, que no ponto de vista de Donadoni é o jogador a ocupar a posição de defesa direito na equipa transalpina, passando Zambrotta para o lado esquerdo.

A estratégia italiana vai incidir principalmente na subida dos seus laterais, Zambrotta e Grosso (se Panucci não recuperar), vão ter um papel fundamental na manobra ofensiva da equipa, protegidos pelo “muro” Gattuso , e pelo “todo terreno” De Rossi .Pirlo (...) vai ter como principal função abrir espaços com os seus passes a rasgar permitindo assim os movimentos já referidos pelos laterais , mas também por parte de Camoranesi e Di Natale, que com talento e velocidade vão desempenhar papeis fundamentais atrás do poderoso e eficaz Luca Toni.

Este será o provável onze da selecção transalpina ,não entrando numa análise profunda a cada jogador dos vários sectores da equipa destaca –se a defesa Italiana pela sua inteligência táctica, não concordando unicamente com a presença de Materazzi , pois é um jogador que quando entra em jogo deixa a pele (dos outros) em campo, de resto é curto o texto para falar das qualidades de Buffon, Zambrotta, Grosso entre outros ,o meio campo formado pelo tridente de luxo Pirlo (emocionado), De Rossi e Gattuso ,tem em Pirlo ( primeira lágrima) a sua âncora,com a sua técnica, classe e elegância faz de um talentoso Fabregas um simples aprendiz da arte de bem jogar futebol , tem Gattuso que com a sua raça e determinação em cada lance que disputa , faz com que um a quem deram a alcunha de Pitbull pareça um inofensivo caniche , e por fim De Rossi , o jogador que qualquer treinador, qualquer selecção sonha ter ao seu dispor , o típico jogador do futebol moderno que ataca e defende ao mesmo nível, por fim o ataque em que sobressai Luca Toni , que durante este campeonato da Europa só deverá ter concorrência de um menino chamado “El Nino Fernando Torres" , considerado por muitos o melhor ponta de lança da actualidade , Toni um finalizador implacável tanto em lances aéreos como pelo chão,já se chora junto a Fontana di Trevi só de pensar nos golos de Toni após assistência de um talentoso e veloz Di Natale , ou de um poderoso e experimente Camoranesi.

Camoranesi anda a apresentar problemas fisicos , como tal é cada vez mais provavel a presença de Cassano ou de Del Piero no onze transalpino.

Voltando a referir a importância dos laterais no jogo Italiano , é possível que Donadoni adapte a sua táctica a um 4-4-2 com Cassano/Del Piero a ajudar Luca Toni na frente , “empurrando” Di Natale e Camoranesi para as alas , protegendo assim as subidas dos laterais , se Donadoni optar por esta táctica, o sacrificado será De Rossi.

"i bambini di Donadoni" :

Principal Ausência : Fabio Cannavaro , se o habitual defesa central de qualquer selecção fazia falta, que dizer da falta que o melhor defesa central do mundo e eterno líder de equipa vai fazer durante o Campeonato.

Revelação : Aquilani , algumas palavras , “Meu Deus o que é isto que eu estou a ver?” vai ser a interrogação retórica que muitos vão fazer quando virem este miúdo a jogar, um talentoso médio que não trata a bola por tu , mas sim a bola que o trata por senhor devido à classe com que Aquilani lhe toca.

Jogador Chave : Pirlo (não consigo escrever devido ao facto das lágrimas emocionadas que me escorrem pela face ,por estar a pensar na beleza e inteligência do seu futebol ,terem inundado neste preciso momento o teclado onde escrevo, na minha opinião, o melhor do Mundo).

CONCRETIZAR 2004 NUMA SEGUNDA CASA

Analisando todos os europeus e mundiais, importa referir a imprevisibilidade das equipas devido a inúmeros factores como o desgaste físico e psicológico, após uma época com várias competições e consequentemente com vários jogos, ou como o futuro incerto de alguns jogadores que por vezes influencia o seu desempenho ( tanto pode melhorar como piorar). Estes factores aliados a outros fazem com que qualqer previsão seja sujeita a reprovação no campo prático. Tentarei, ainda assim, prever como jogará Portugal, analisar quer a convocatória quer as outras equipas com quem a selecção portuguesa se irá cruzar nesta primeira fase, e juntar a tudo isto um cunho pessoal. Quanto à convocatória, e dando como certo que o leitor conhece os 23 convocados da selecção em análise, creio que é consensual quase todas as escolhas havendo algumas questões em aberto. Nos três GR, Ricardo e Quim estavam certos havendo a (pouca importante) questão do terceiro. Scolari optou por Patrício, podia ter levado Ricardo Baptista ou outro jovem mas sabendo o gosto do seleccionador por um terceiro GR jovem aceita-se a opção. Na defesa Miguel e Bosingwa eram os donos da direita. Alves, Meira, Carvalho e Pepe eram consensuais para o centro da defesa. Após tanta consensualidade na defesa o problema (talvez o maior de toda a equipa) surgia na esquerda. De facto, Portugal não tem um defesa esquerdo de raiz que ofereça garantias e, havendo este problema os candidatos eram muitos (Caneira, Paulo Ferreira, Jorge Ribeiro). Scolari optou por um defesa direito ( Paulo Ferreira) e por Jorge Ribeiro que jogou a época toda mais como médio do que defesa. Neste ponto, estou totalmente em desacordo com o seleccionador pois creio que Caneira a todos os níveis (fora e dentro do campo) faz falta e, creio que Antunes após o Mundial de 2006 poderia ter surgido mais vezes para se tornar numa opção. Creio que J. Ribeiro dificilmente será verdadeira opção (como se viu no teste com a Geórgia) mas mesmo que Scolari quisesse um canhoto parece-me que quem deveria sair das opções era Paulo Ferreira. Quanto ao meio campo havia muitas dúvidas mas não na cabeça do treinador…Chama Petit e Deco (homens da sua confiança), a chamada de Moutinho era óbvia, e sobravam três para dois lugares. Maniche (talvez melhor português nas duas últimas fases finais), Veloso ( opção a Petit e polivalente aliado a boa fase final de época) e Meireles (grande época e escolha já habitual de Scolari). Parecia que Veloso ia ficar de fora mas numa escolha algo surpreendente “Felipão” abandona Maniche, antes indiscutível e leva Veloso que terá reconquistado o seleccionador. É uma questão interessante que mostra o valor que Scolari dá à vertente psicológica pois caso fosse outro treinador e analisando as épocas de Deco, Petit e Maniche talvez só o primeiro (dado a escassez de “dezes” em Portugal e também por ter acabado em boa forma a época) tivesse lugar nos 23. Porém, precisamente por ser este o treinador, já se contava com Petit e Maniche pois eram os “seus” jogadores e, preterindo um dos seus Scolari surpreedeu. Quanto aos avançados, após Makukula perder a corrida com Postiga e Almeida com a transferência de inverno, não restavam dúvidas: Ronaldo, Nani, Simão, Quaresma e Nuno Gomes mais os dois que ganharam a citada corrida a três. Do meio campo para a frente é difícil discordar de Scolari pois há um certo conformismo inerente à sua personalidade (o que é algo preocupante). Acreditando que Maniche é uma questão talvez para mais tarde falar pois parece ter sido por factores que nos escapam, ha questões a levantar nomeadamente a de Paulo Assunção. A polémica das naturalizações é normal mas já que o seleccionador se mostra receptivo tal como a FPF parece-me que se tentou esquecer o médio “brasileiro” quando claramente tem qualidade para ser seleccionado e talvez para ser indiscutível. Scolari jogará certamente num 4:2:3:1 onde Ricardo deverá ser o titular apesar de Quim neste momento ser a opção mais correcta. Depois, na equipa há quarto indiscutíveis: Bosingwa, Carvalho, Deco e Ronaldo. Havendo depois um lote de muito prováveis titulares e uma duas dúvidas que até podem mudar consoante o adversário. Contra a Turquia já se sabe a equipa e posso dizer que concordo de um modo geral pois as soluções que gostaria de ter visto já não iam a tempo deste euro. Parece me óbvio que se poderia jogar neste sistema com Ronaldo a ponta de lança e soltar Quaresma (ou Nani) e Simão nas alas. Ganhávamos mobilidade, qualidade de remate, talvez maior concretização etc.. Dado o desiquilibrio deste plantel creio que só um jogo de preparação é manifestamente pouco já que por exemplo no meio campo há no minimo quatro fórmulas que se poderiam apresentar. Proponho-me deixar só breves palavras sobre o Grupo A que considero não estar a ter a devida atenção fruto dum optimismo exacerbado e duma consequente descredibilização das outras equipas. A Turquia comporta o peso do primeiro jogo a nível emocional. Parece-me ter uma defesa vulnerável mas um meio campo e ataque fortes e imprevisíveis. A imprevisibilidade e mesmo uma marca desta equipa capaz do melhor e pior como se viu contra a Grécia na qualificação (goleia fora mas perde em casa). A Czech operou uma transição, nomes como Poborsky ou Nedved já não marcam presença e a estes junta-se o lesionado Rosicky. Assim, com o fantástico Cech uma defesa “italiana” e um meio campo e ataque sempre perigosos é uma equipa a ter muito em conta mas que creio não fará um grande euro pois Baros e Koller parecem em baixo e as ausências são de peso. A Suiça e uma das equipas da casa e só isto ja e relevante pois em casa a motivação e enorme e a capacidade de superação também. É uma equipa que esteve presente em 2004, e em 2006 tendo na Alemanha passado em primeiro a frente da finalista França sendo eliminada no “jogo do medo” contra a Ucrânia em penaltys. Tem vindo a crescer e mantém os nomes do mundial (quase todos), é uma equipa sólida que creio pode surpreender. Sendo Português, espero obviamente que Portugal passe e creio que o pode fazer porém e um grupo equilibrado onde todos têm uma palavra a dizer.

ETERNAMENTE ADIADA!

Ora, para começar interessa dizer que a minha favorita é Portugal. É bonito e é correcto, e seria mentira se dissesse que acho q Portugal n tem hipóteses. Tem, e penso inclusivamente que pode ganhar à equipa que hoje apresento como favorita. Portanto esta é uma apresentação dos meus favoritos, não contando com Portugal. Portanto, PORTUGAL PORTUGAL PORTUGAL… Bom, a Espanha. A equipa que pode sempre ser e nunca é. Porque nunca lhes calha a vez? Porque nunca conseguem? Não sei. Factor sorte, factor pressão, factor factor. Uma conjugação destes 3. Mas parece-me que, com efeito, nunca tiveram equipa como têm agora. Vamos lá ver se os "cojones" aparecem. Como começar a desconstruir esta equipaça? De trás para a frente? Não, isso é como se começa uma equipa ou se prepara uma época, qualquer coisa do género. Vou começar por aquele que foi possivelmente o 2º melhor jogador deste ano na Europa, o cérebro da equipa com o melhor futebol na Europa, o Arsenal. Cesc fabregas. Se fosse jogador da bola, gostava de me tratar na 3ªpessoa e de jogar como Fabregas. Com aquela classe, toque, inteligência. Pensa bem e rápido o jogo desde trás, posiciona-se bem, e sobe eficazmente, ocupando os espaços à entrada e dentro da área. Marca golos, assiste, imprime o ritmo num jogo. E o jogo do arsenal adapta-se na perfeição ao artista, ou terá sido ele que adaptou o arsenal à sua maneira de jogar? Seja como for, não tem tanta facilidade em impor o seu jogo na selecção precisamente porque há jogadores semelhantes nesta equipe, que Aragonés prefere, e aos quais dá, a partir da sua filosofia futebolística, mais importância. Penso que a Espanha pode ter um problema semelhante à Inglaterra com Gerrard e Lampard (e Scholes também, antes), como distribuir e gerir tanta qualidade e parecença em campo? Eu vou partir do princípio, porque gosto de partir de princípios, que isso é possível, e que Aragonés lá se vai arranjar. E apesar dos rumores da não titularidade de Cesc, o seleccionador tem eventualmente de deixar este menino pegar na equipa porque este menino quando joga, até o rei Eusébio chora. Chora porque não se lembra onde está, mas depois recupera, muda a fralda, vê o Cesc a jogar, e chora outra vez, de emoção. Continuemos, agora sim de trás para a frente. Casillas, guarda-redes de topo. Só mais uma selecção candidata tem um keeper da qualidade deste, que é a Itália. Apesar de alguma irregularidade ao longo da carreira, este ano foi sólido. Não sendo novidade, safou várias vezes o Real nesta época em jogos importantes da liga. Salva jogos se for preciso. Apesar disso, a defesa pode ser a parte mais fraca, porque é desequilibrada, tendo 2 partes seguras e duas menos seguras. Sérgio ramos é bom, marca golos, defende e ataca bem e é muito rápido. Puyol é…puyol, pode não se apreciar o estilo, pode-se achar que já não é tão bom, mas não será por aqui que esta selecção fraqueja. Depois há menos segurança. O 2º central pode ser albiol ou marchena, que são bons defesas, mas não são jogadores de topo nem seguros ao ponto de tornar esta defesa acima de qualquer questão. O lateral-esquerdo é capdevilla, jogador rápido do villarreal, que fez uma boa época, é muito rápido e ataca muito bem, mas não dá muitas garantias nível defensivo, e não está habituado a jogar a um nível tão alto e cheio de pressão. No meiuca há hipóteses para tudo. Senna mais operário, destructivo e físico, xabi alonso e xavi, tal como a surpresa De La Red, muito inteligentes, completos, bons remates e excelentes sentidos posicionais, cesc e iniesta a criatividade, o génio, a beleza, o requinte. De cesc já falei, mas uma palavra para iniesta, para ele não ficar chateado. É muito bom e muito subvalorizado, penso que se pode adaptar a um papel mais secundário no meiuca espanhol em prol da equipe. No barça até a extremo joga porra, e muito bem. E é essa inteligência e capacidade de adaptação que fazem dele também um extraordinário jogador, e que pode ter um papel fundamental nesta selecção, qualquer que seja a táctica utilizada por Aragonés. Mais à frente, com grande mobilidade e facilidade de se colocarem em qualquer posição no ataque, Santiago Carzola e David Silva. Duas revelações desta época, miúdos de talento prontos a desequilibrar defesas. À frente é muito simples. Torres é o melhor ponta de lança do mundo neste momento. E neste ainda, também. Não é só um jogador que marca, finaliza, que mata. Ele cria golos. Está de costas fora da área…golo. A bola está a sair…golo. Tem 3 em cima dele…golo. É previsível n sentido em que já se sabe que vai ser golo. E perguntam-me “e aquele cabelo?” e eu tenho de dizer “tabem, mas sou adepto da selecção que tem o Veloso, mais vale seguir como se nada fosse.” Há ainda Villa, que completa, se calhar a melhor dupla ofensiva do Euro. Guiza e Sergio Garcia fizeram boas épocas, mas têm de provar a sua qualidade a outro nível competitivo, e parece-me que uma competição destas não é a altura ideal para arriscar desta maneira. Se Guiza foi um dos melhores marcadores da Europa e merece esta chamada, Garcia é uma convocatória duvidosa, principalmente porque ocupa o lugar de Raul. E Raul tinha de ter sido chamado. Enfim, a história repete-se, e a Espanha volta a ter uma grande equipa, jogadores de topo, e fantasmas de falhanço. Num balneário que parece amaldiçoado em grandes competições, vamos ver se é desta que os tambores do Manolo exorcizam os complexos Castelhanos!

A eterna candidata Alemanha

Assente numa mistura de jogadores habituados a grandes momentos com uma juventude entusiasmante, a seleção Alemã apresenta-se como uma das mais fortes candidatas ao título europeu. Low, antigo adjunto de Klinsmann, ao longo do apuramento, no qual a Alemanha ficou surpreendentemente em segundo lugar atras da Repúbica Checa, apresentou sempre um sistema 4-4-2 com dois laterais rapidos (Lahm e Jensen) bastante apoiados pela imensa qualidade do meio campo composto por Ballack, Frings, Bastian Schweinsteiger, os efectivos, e um quarto elemento que tem sido a grande dor de cabeça do Selecionador, ou com Schweinsteiger pela esquerda e Odonkor pela direita, ou a adaptação de lahm ao meio campo, ou ainda com o deslocamento de Podolski para esquerda obrigando Schweinsteiger a mudar-se para a direita, esta terceira opção parece ser a que ocupa um lugar prioritário nas escolhas de Low. Com o deslocamento de Poldi a luta pela titularidade no ataque Alemão fica reduzida a Miroslav Klose, Mario Gomez (Futebolista do Ano na Alemanha em 2007) e Kevin Kuranyi, sendo Neuville uma mera solução de recurso. Na baliza a escolha parece recair no veterano Lehmann, que depois da não convocação de Hildebrand, ganhou contornos de indiscutível. O ponto mais fraco deste onze parece-me ser a dupla de centrais que embora forte no jogo aéreo apresenta alguma dureza de rins, Metzelder e Mertesacker apesar de excelentes centrais não me parece ser a dupla perfeita. Grande ausência é sem dúvida Jermaine Jones, jogador do qual sou grande admirador, que abre vaga para Tim Borowski e Thomas Hitzlsperger(jogador que na minha opinião vai explodir neste euro e mostrar ao futebol europeu toda a sua capacidade, peço a vossa atenção) serem dos primeiros jogadores chamados por Low para refrescar o meio-campo.

Os Convocados da Alemanha

Guarda-redes: Jens Lehmann (Arsenal), Robert Enke (Hannover), René Adler (Bayer Leverkusen).

Defesas: Christoph Metzelder (Real Madrid), Per Mertesacker (Werder Bremen), Philipp Lahm (Bayern Munique), Arne Friedrich (Hertha Berlin), Marcell Jansen (Bayern Munique), Clemens Fritz (Werder Bremen), Heiko Westermann (Schalke 04).

Médios: Michael Ballack (Chelsea), Thomas Hitzlsperger (Estugarda), Simon Rolfes (Bayer Leverkusen), Torsten Frings (Werder Bremen), Bastian Schweinsteiger (Bayern Munique), Piotr Trochowski (Hamburgo), Tim Borowski (Werder Bremen), David Odonkor (Bétis Sevilha).

Avançados: Miroslav Klose (Bayern Munique), Lukas Podolski (Bayern Munique), Mario Gómez (Estugarda), Kevin Kuranyi (Schalke 04), Oliver Neuville (Borussia Mönchengladbach).

A Estrela - Michael Ballack

Ballack é sem dúvida a figura desta equipa, exemplar em todos as fases do jogo o médio do Chelsea prepara-se para ser uma das figuras do euro, quem sabe o protagonista principal, forte a atacar e a defender, detentor de uma meia distância de fazer inveja a qualquer um, forte no jogo aéreo e ainda um excelente marcador de bolas paradas, todas estes atributos fazem de Ballack um dos médios mais completos do mundo. O percurso da Mannschaft Depois de uma decepcionante participação no Euro 04, com apenas dois pontos na fase de grupos (empate com Letónia e Holanda), atingem um terceiro lugar no Mundial 06 tendo sido eliminados nas meias-finais pela Itália, que mais tarde se consagraria campeã mundial. Quanto ao apuramento os tri campeões da europa foram a primeira seleção a garantir o apuramento, apesar de alguns maus resultados, empate a um com o Chipre, derrota pesada por três bolas a zero contra a República Checa e um empate a zero na ultima jornada diante do País de gales. Momento alto da caminhada foi sem dúvida a vitória de 13-0 frente a San Marino, o homem-do-jogo foi Podolski que assinou um poker, igualando assim Gerd Muller que até ao momento tinha sido o único alemão a conseguir igual feito. Em suma, e citando Lineker, "O futebol são 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha"

Allez Le Bleus

Quando em 98 a França, pela primeira vez na sua história, se sagrou campeã mundial de futebol o conhecido político francês, pro-fascista, Jean Marie Le Pen afirmou categoricamente que aquela “não era a sua selecção”. A multi-culturalidade do futebol francês, é porem, desde essa altura a sua maior arma. È inequívoco que a mistura entre etnias e culturas futebolísticas foram essenciais para o sucesso da geração de ouro francesa que ganhou o mundial de 98 o europeu de 2000 e ainda foi (podemos ainda considerar aquela geração) finalista vencido do mundial de 2006.
Encabeçada por Zidane, um franco-argelino por muitos considerado o melhor futebolista desde Maradona, a geração de ouro francesa marcou uma era no futebol moderno, tendo o poder físico e técnico de jogadores de ascendência de locais tão diferentes como Guadalupe, Cabo Verde, Arménia, Portugal, Espanha ou Argentina e a cultura táctica europeia (não existente na maioria desses lugares) como as principais armas para a conquista do título mundial. Barthez, Blanc, Petit Dechamps, Desaily, Zidane, Djorkaef, Henry ou Trezeguet ficaram na história como a equipa que na final de um campeonato do mundo “espetou” (nas palavras de Fábio Coentrão) 3, Três, golos sem resposta ao super-favorito Brasil. Depois de Jaquet (98) e Lemere (2000) a selecção gaulesa é orientada pelo controverso Raymond Dommenech que para além de ter em 2006 ter deixado de fora, sem aparente razão, Ludovic Giuly, Robert Pires e Phillipe Mexes, neste europeu sacrificou o temível goleador David Trezeguet com base no facto do avançado da “Vechia Signora” ser de um signo que não se enquadra nas cartas. Gomis avançado do Saint-Etiene, um desconhecido do grande público, foi a escolha para substituir uma das peças fundamentais do xadrez francês nos últimos 10 anos.
Olhando sector a sector de toda a selecção francesa não há duvida que os “bleus” possuem um dos melhores planteis da competição. Na baliza Frey e Coupet disputarão o lugar nas redes que outrora pertenceram ao “careca voador” Fabien Barthez. No lado esquerdo da defesa dois dos melhores executantes na posição são franceses (Abidal e Evra) do lado direito surge para mim a maior lacuna desta selecção: Clerc e Sagnol. Nenhum deles é mau jogador mas de todas as formas se puder escolher uma fraqueza desta equipa opto pelo lateral direito, todavia, Domenech deu-se ao luxo de deixar Bacary Sagna de fora dos convocados portanto não tenho dúvidas que o seleccionador gaulês tem confiança nos seus laterais. Ao centro o veteraníssimo Thuram ocupa lugar de destaque, considera o fim da carreira, porque é um elo de ligação humano da equipa vencedora de 2000 com esta nova geração. Longe vai já o tempo em o “touro do Guadalupe” jogava a lateral direito e era decisivo na frente, como quando marcou dois grandes golos à Croacia de Suker e Boban na meia final do França’98. Se Gallas e Squiliaci são defesas sólidos e seguros o mesmo não posso dizer de Boumsong, o central do Lyon esteve longe de convencer tanto na juventus como no Hepta-campeão francês mas mesmo assim mereceu a confiança de Domenech. O meio-campo é a força desta selecção, a parada de estrelas no miolo é pura e simplesmente impressionante: Vieira, Makelele, Malouda, Govou e em certa medida Ribéry são valores firmados no mundo do futebol e já habituados aos grandes palcos e se a estes juntarmos a juventude, irreverência e qualidade de Toulalan, Nasri e Diarra obtemos um meio-campo fantástico (mas não tão fantástico como o quarteto composto por Petit, Dechamps, Djorkaeff e Zidane).
Se em 98, Dugarry e Guirvarch foram os elementos da equipa francesa que se mostraram abaixo do nível exigido obrigando Jaquet a “lançar as feras” dois miúdos de 21 anos, Henry e…Trezeguet, hoje os avançados franceses são dos melhores da actualidade. Se sem falarmos de Thienry Henry, pois nem vale a pena, adicionarmos Karim Benzema, Gomis e ainda Nicolas Anelka podemos considerar que a França tem na frente homens bem capazes de decidir um jogo. Sinceramente conheço pouco de Gomis, sei que marcou 16 golos em 34 jogos na ligue 1 e apontado pela imprensa gaulesa como o “novo Drogba”, a estreia não poderia ter sido mais auspiciosa tornando-se o primeiro jogador deste Zidane a bisar no baptismo de fogo pelos “Bleus”

Karim Benzema é um dos mais excitantes jovens jogadores europeus. Avançado mortífero que alinha pelo hepta-campeão francês Lyon, tem um “estória” curiosa quando chegou à equipa principal do “Olympique” quando gozado por estar a gaguejar num discurso de “praxe” Benzema apenas de 17 anos na altura tem a seguinte resposta às graçolas dos seus colegas: - "Riam-se, riam-se...que eu estou aqui para vos tirar o lugar...". Três anos mais tarde é titular indiscutível no Lyon e uma das maiores promessas do futebol francês.
A estrela: Thienry Henry, 100 jogos e 34 golos depois chega aos 31 anos ao estatuto de grande estrela do conjunto gaulês. Já não é ofuscado pelo brilho de Zizou mas tem neste europeu a difícil tarefa de limpara a má imagem que deixou em Barcelona e mostrar ao mundo que consegue ser o mesmo Henry que venceu o prémio de melhor jogador da Premier League dois anos consecutivos. Jogador-Chave: Frank Ribéry, o “scarface” é homem ideal para liderar os franceses ao sucesso. Depois da grande época de estreia na Bundesliga, Ribéry quer mostrar serviço e afirmar-se como um dos melhores jogadores da actualidade. Revelação: Karim Benzema, não tem sequer 21 anos e já foi o melhor marcador da liga francesa de 2008. Não é propriamente um desconhecido, mas se a França vencer com ele na frente, passa automaticamente de promessa a confirmação. Sem dúvida, uma estrela a seguir não percam de vista este europeu.

The Most Beautiful Game

Que português é que nunca discutiu uma partida de futebol com os amigos? Quem é que nunca passou horas a fio falando das estrelas do passado, do presente e sobretudo quem nunca quis ser o olheiro que descobriu o novo Maradona? Cinco dos maiores teóricos do jogo juntaram-se para vos trazer de forma exaustiva e quase científica toda a essência do desporto rei. De Puskas a Ronaldo, passando por Herrena ou Mourinho, analisando o 4-3-3 ou 4-4-2 iremos de forma descomplexada e imparcial teorizar sobre o futebol.