1. Começando pela de LFV que foi aquela que menos me entusiasmou, posso dizer que Miguel Sousa Tavares foi muito mais manso do que esteva à espera. Quem conhece as tendências clubisticas do comentador sabe à partida que no que toca ao Sport Lisboa e Benfica e Futebol Clube do Porto MST é tudo menos imparcial. Daí a minha surpresa, não esperava um ataque descabido e monstruoso pois existe um código deontológico a respeitar, quando vejo o mais feroz cronista da Bola sem ser capaz de empurrar o presidente do Benfica às cordas. Mesmo na parte em que a entrevista abordou a parte financeira do clube, tema sensível já que os sucessivos empréstimos preocupam alguns adeptos, LFV manteve-se calmo e teve alguma clarividência (dentro dos seus limites) na forma como explicou como pretendia financiar o projecto Benfica a longo prazo. Como Benfiquista declaro-me satisfeito com quase a totalidade da entrevista naquela que considero a melhor desde que LFV tomou posse, diga-se de passagem que os tempos são abonatórios à sua pessoa, exceptuando a parte final em que o presidente do Sport Lisboa e Benfica se evade por completo à questão das claques, questão essa que deveria merecer toda a atenção do clube.
2. Ricardo Costa. Fantástica. A nível jurídico põe o preto no branco fundamentando de forma (quase) inequívoca a decisão tomada órgão jurisdicional presidido por si. Se tinha dúvidas na justiça das penas aplicadas a Sapunaru e Hulk, hoje não as tenho mais. Se fica provado que os dois estão envolvidos por certo na agressão a um "steward" a moldura a aplicar seria sempre de 3 a 18 meses, tendo sido aplicados 4 e 6 meses parece-me que não há grande falta de sensibilidade por parte do CD da Liga. Fica também finalmente explicado a diferença entre o porquê da suspensão preventiva dos dois jogadores do porto ao contrário de Vandinho e Mossoró: Um qualquer famigerado artigo do regulamento da liga diz que é necessário haver um cartão vermelho para o jogador estar "preventivamente suspenso".
Pode-se criticar a coerência da lei? pode-se. O mesmo já não se pode dizer da coerência de Ricardo Costa e dos seus pares..
Gostei, igualmente, do juizo se bem que implícito que Ricardo Costa foi fazendo ao futebol português e às suas gentes. Sem deixar de lado a posse de jurista e líder de um órgão de justiça, o presidente do CD da liga traça o perfil sublimamente o perfil de uns quantos que estão no futebol e da forma mais opaca e menos transparente como gostam de agir. Até a resposta à pergunta da (muito) fraquinha Ana Lourenço sobre se considerava ou não um justiceiro foi boa, Ricardo Costa fica então para o futebol como alguém que quis trazer rigor jurídico à aplicação dos regulamentos, ser criticado por isso é triste e nada ajuda o futebol português.
3. Não vi a entrevista de PC, li porém algumas ideias deixadas pelo presidente do FCP. Se o Porto quer ser indemnizador em 17,5 milhões de euros (dinheiro que hipoteticamente perdeu por não se qualificar para as champions) não deverá o Porto provar, ou mensurar, que a prestação de Hulk se traduziria no aumento de 12 pontos (sim porque o segundo lugar leva apenas a uma pré-eliminatória) através do seu registo mais recente? Parece-me que sim. Olhando para o paupérrimo campeonato que o incrível estava a fazer, mais vale estar quieto...
p.s aquilo que deveria ser um post torna-se uma nota de roda-pé. Em munique Bayern e Man United defrontaram-se na reedição de uma das mais emocionantes finais de todos os tempos. Hoje confirmei a ideia de que os comandados de Alex Fergunson são uma equipa mais italiana que qualquer outra italiana (dentro dos pressupostos ingleses claro está) e não há ninguém com jogo tão cínico como os de Manchester. Mesmo sem dominar, o Bayern foi mesmo sempre superior, e com uma eficácia espantosa a vitória só fugiu em dois lances fortuitos que muito dificilmente se voltarão a repetir. Agora no teatro dos sonhos o Man United tem a oportunidade de virar a eliminatória, não esquecer que da próxima vez estará do outro lado um senhor chamado Arjen Robben que quando os seus músculos de seda o permite gosta de dificultar a vida aos adversários, pelo menos Felix Margath e Cesar Prandelli que o digam...