7.6.09

Portugal e a Santa ajuda de nossa Senhora do Caravaggio (ou o ensaio sobre a burrice)

Nunca pensei em dizer tão mal de Carlos Queiroz. A verdade é que a burrice na FPF deve ser contagiosa, pois cada um que lá passa é mais burro que o outro. Já tinha ficado perplexo com algumas escolhas do nosso seleccionador no jogo contra a Suécia. Desta vez fiquei mesmo pasmado com tamanho exercício de ineptidão para um cargo futebolístico. Colocar musculo e força em vez de qualidade nunca é um bom pronuncio. Pior, só quando se é manifestamente notório que as coisas não funcionam insistir no mesmo esquema, no mesmo modelo over-and-over sem resultados. Como diria um amigo meu, a selecção “fez-me lembrar o Benfica a jogar”, por mais que eu gostasse de ouvir alguém a dizer isto todos os dias (era sinal que o Benfica e os tugas andavam a jogar à bola) a verdade, dura e crua, é que o Benfica tem sido pior que mau, e a selecção ontem conseguiu ainda ser ainda menos clarividente com a bola nos pés. Antes do golo de Hugo Almeida, conseguimos ver a toda-poderosa selecção albanesa a trocar tranquilamente a bola no nosso meio-campo enquanto os nossos jogadores, atónitos, baseavam todo o seu futebol na classe de Deco (o menos mau de todos) e no individualismo de Cristiano Ronaldo que bem tentava remar contra a maré mas sempre com mais fé nos seus pés do que com a cabeça.

A falta de ideias da equipa das quinas foi um exemplo claro do fraco jogo de Portugal. Pudera, colocar Pepe e Meireles de inicio, já é mau, mantê-los o jogo todo é digno de uma consulta de psiquiatria. Sem querer tirar qualidade aos dois jogadores, parece-me exageradíssimo colocar um meio-campo tão “operário” num jogo que como não bastasse era preciso vencer e ainda por cima era contra a Albânia. Queiroz parece que não aprendeu nada com Guardiola e com a equipa do Barcelona (à qual Zlatan já disse que joga um futebol de 2015), entrar a jogar em 4-3-3 é louvável, 4-3-3 com apenas um criativo (e quando tem 2 no Banco) é estúpido. Pepe, por exemplo, não me convence a trinco, corre para todos os lados e com ímpeto que nos habituou vai abrindo espaços ao adversário para jogar. Dada a sua qualidade técnica, e bem treinado, Pepe poderá vir a dar um bom trinco. não me parece, porém, que essa adaptação seja feita na selecção já que não há o trabalho e as rotinas diárias típicas num clube. Se Queiroz pretendia dar altura e força ao meio-campo porque não optar por Fernando Meira? É um jogador com mais provas dadas na posição e consegue conferir a mesma “impetuosidade” de jogo que Pepe dá e ao mesmo tempo é bem mais expedito com a bola nos pés do que o luso-brasileiro. A melhor opcção no momento chama-se: João moutinho.

Falta agora falar da aberração desta equipa. Ou melhor, até são duas aberrações. Senhoras e senhores com um 1,94 e 87 kilos abram alas para Hugo Almeida, concorre directamente com outro peso-pesado do futebol português, leia-se, Edinho como o menos produtivo avançado que há memoria. Dizer que até o Carlos Carneiro em baixa de forma marcava aquele golo era claramente depreciativo para o “striker” pacense. Nem golos, nem assistências, nem jogadas combinadas. Nada. De Almeida podemos esperar “presença” na área como vários especialistas gostam, e sobretudo muita aselhice.

Pronto, e é tudo. A semana continua tranquila. O Queiroz já fez a barba, os sub-21 já foram eliminados, e pelos vistos o incompetente do espanhol já foi corrido…

2 comentários:

zw tasqueiro disse...

enfim....

Anônimo disse...

ja para não flar da grandiosa escolha de Boa Morte para ala, um jogador que supostamente pensava-se que tinha acabado a carreira. Parece que não havia mais soluções.

Jesus: Que terrivel escolha, sendo eu um dos mais criticos quiquistas, o cavalo branco vai ser pior, com mais um ano pelas ruas da amargura.

Didi