17.3.09

Depois de Munique...*

Conta-se que quando o grande terramoto de 1755 devastou a cidade Lisboa uma viúva ainda em estado de choque por assistir a tanta morte e destruição se virou para o marquês de Pombal e perguntou: “e agora senhor Marquês?”. A resposta de Sebastião José de Carvalho e Melo ficou para a história como um chavão de determinação e superação de dificuldades “cuidamos dos vivos e enterramos os mortos!

Depois do cataclismo de Munique chegou a altura da equipa técnica, direcção e adeptos do Sporting fazerem o balanço da pesada derrota que sofreram nas duas mãos da eliminatória. Os dias que passaram sobre o jogo dá-me alguma margem para discernir sobre o que se passou, e de qual o rumo a seguir pelo Sporting Clube de Portugal. Em primeiro lugar temos que assinalar o facto de apesar de o Sporting conseguir ter uma academia de nível mundial e um plantel assente em jovens valores saídos das suas escolas não é o suficiente para conseguir uma equipa estável que consiga lutar por títulos principais. È verdade que nos últimos anos andou lá perto, mas, como sempre acabou por claudicar em momentos fulcrais deixando fugir o título para os rivais da invicta. É neste ponto que o Sporting falha redondamente: ambição.

Numa altura difícil para o clube penso que a solução passa muito pela enigmática frase do Marques de Pombal, cuidar dos feridos e enterrar os mortos. Há obviamente muitos jogadores que não tem mais lugar neste Sporting (Rochemback, Veloso) outros (Izmailov, Moutinho, Vukcecvic) tem que ser zelosamente tratados de modo que não se repitam erros do passado. A questão mais delicada que se coloca é a continuidade ou não de Bento á frente dos destinos da equipa principal. Se por um lado o trabalho e a honestidade de Paulo Bento foram importantes para recuperar animicamente um Sporting fraco, creio que hoje é necessário arriscar num treinador tacticamente mais culto que ao mesmo tempo não descure a formação, que é sem margem para dúvidas a grande mais-valia da equpe lisboeta. Esta é a minha convicção, e creio que apesar de Bento ter desenvolvido um trabalho razoável, nomeadamente na aposta de jogadores da casa, está na hora de dar um salto qualitativo para que o Sporting deixe de ser o clube do "quase" e das vitórias morais.

No momento presente, há que esquecer Munique, os golos de Luisão e de Jorginho, as épocas de Vicente cantatore e Carlos Manuel. Há que relembrar os 7-1 ao Benfica, enaltecer a memória de Travassos, Jesus Correia e Peyroteo. Há que ser um pouco como o Benfica na sua mística e na sua força, há que ter o poder e arrogância do futebol clube do Porto, no fundo quer se possa ou não possa…há que vencer.

*opinião sincera de um benfiquista

3 comentários:

Anônimo disse...

basta ler este inicio de texto para afirmar que te entregas de uma maneira totalmente exagerada aos textos futebolescos que escreves! entendes agora? lolololll! terramoto de 1755 e depois algo sobre o sporting! algo exagerado nao? abraço jonu

Rangel disse...

grande JFC. Claramente o maior dinamizador deste blogue e quem sabe do texto futeboloprosaico. sim senhor! um bem haja

JFC disse...

pá, sim entendo...o terramoto (munique) nao foi nada comparado com o maremoto (lucilio baptista)...ehehe!


Abraço