30.9.09

Scene 1, take 2

O futebol em Portugal têm dois lados. Chega a ser assustador, nunca se sabe se, à partida, vamos em direcção a um lado negro ou ao brilhante e luminoso. No ultimo sabado, Duarte Gomes fez questão de mostrar ao mundo (como se fosse preciso...) que essa paz podre e negra impera, que quem manda não é a bola ou a habilidade para a domar. Porque a falta que dá origem ao golo do Porto não existe, porque os primeiros amarelos a Polga e a Veloso (que virião a ser expulsos) são meramente virtuais, porque Meireles deveria ter sido expulso aos quarenta e três minutos. Enfim, erros atrás de erros... E nós, adoradores desta forma de arte chamada futebol, em frente e televisão ou sentados numa cadeira de um qualquer estádio à espera que este pesadelo acabe. A espera será longa, campañeros...
Mas falemos da luz, falemos de Aimar! Dios Maradona confessou que Pablito era a sua única fraqueza, um jogador monstruoso que valeria a pena pagar para ver jogar. Pablo representa, neste momento, o que de melhor se faz com a bola no pé em Portugal. No argentino tudo faz sentido, a bola é tratada como deve ser tratada e ganha alma na procura de mais uma jogada que faça levantar meio Portugal e me faça roer mais umas unhas de inveja. Aimar transporta no peito o som do violino de Carlos Gardel e o futebol sujo das calles de Buenos Aires, aquele que transforma autocarros defensivos em brincadeiras de crianças. Olhar para este Pibe é sentir futebol, num estado puro. O que eu não daria para o ver de verde e branco, porque ai sim acreditava que não haveria limites, que pagaria um bilhete e teria garantia de que o meu peito iria transbordar de emoção por cada vez que o pequenote tocasse na bola. Agora sim, compreendo Messi quando confessou ao mundo a sua adoração por Aimar. Imagino Messi, pequeno e franzino na gigante Barcelona, a ficar com os olhos vidrados em frente à televisão enquanto Aimar fintava mais um e fazia explodir de alegria o Monumental de Buenos, templo sagrado onde semeou talento e terror nos olhos adversários.

9 comentários:

Anônimo disse...

bom post!

jvb

JFC disse...

sobre a primeira parte do post nao posso comentar,estou afastado de Portugal e não vi o jogo em grandes condições.

sobre a segunda parte posso unicamente juntar ao que já disse que tenho um amigo valenciano, adepto ferrenho do valência que em 2001 foi a milão ver a final da champions, que diz que para ele o melhor jogador que passou pelo Valência foi mesmo o Pablito Aimar. Isto não quer dizer nada, mas ao mesmo tempo diz tudo...

JFC disse...

ah e domingos o teu blogue está adicionado.

Anônimo disse...

Poetizar dessa maneira a forma de jogar de Aimar acaba por fazer sentido, uma vez que não raras vezes à poesia se associa a genialidade mas, ao mesmo tempo, à necessidade de esconder a fraqueza de quem vive paralelamente à realidade. Encanta, sim senhor. Mas decisivo "só" nas bolas paradas.

Deixa-me, por outro lado, como benfiquista colocar um pequeno travão a essa tua leve parcialidade na análise do clássico. Não me parece que possas considerar esta arbitragem diferente de qualquer outra da liga portuguesa. Mau critério no uso dos cartões é o pão nosso de cada dia. O primeiro de Polga e Veloso é (muito) discutivel, não podes dizer que não, já que não restam duvidas de que cometeram falta. Mas a partir daí eles (e o seu treinador) sabem que estão amarelados, justamente ou não. Quem mais queres culpar pela expulsão senão os mesmos?! Meireles poderia ter sido expulso, concordo, mas apenas podia. Mais uma vez abre espaço a discussão.
Quantas faltas mal assinaladas há por jogo? Aquela foi apenas a primeira de muitas. Que culpa tem o Belluschi de ter conseguido colocar a bola no sitio certo, quando o Veloso desperdiçou de forma absurda livres (por faltas inexistentes) do mesmo género?

Mais do que usar Duarte Gomes (árbitro fraco na minha opiniao) como bode expiatorio, o Sporting tem que procurar em si mesmo a justificação para a derrota.

Cumprimentos,
Josué

JFC disse...

Josué não acredito que possas dizer que o Aimar joga apenas bonito não sendo decisivo. Ser decisivo no futebol não significa apenas fazer grandes raides, marcar grandes golos ou fazer cortes in extremis que levantam um estádio. O Aimar é decisivo pois toda a construção do jogo do Benfica passa pelas suas botas e pela qualidade que a mesma empresta ao jogo. Aimar é como as pessoas tanto gostam de chamar, um playmaker, um criativo que constrói jogdadas (pensadas) de ataque para que outros (como Cardozo) possam finalizar!! Pensar neste Benfica sem o pablito é um exercicio que eu nem quero fazer, pensar no Benfica de jesus sem a inteligencia de Aimar (e pq não Sabviola) é estar-lhe a retirar grande parte da qualidade.

Anônimo disse...

Não se trata apenas da dicotomia jogar bonito - ser decisivo. Parece-me redutor ver as coisas desse prisma. Entre um e outro aspecto existe uma panóplia enorme de peso ou influência que um jogador pode emprestar a uma equipa. Quanto a mim, muito sinceramente, Pablito não joga apenas bonito. É inteligente, na grande maioria das vezes escolhe a opção certa para dar continuidade ao jogo e fá-lo com rapidez. Mas, também, está longe de ser decisivo ao ponto a que se escreve. Eu sei perfeitamente que ser decisivo não se resume a essas situações que enumeraste. Contudo, acredito sinceramente que a qualidade de jogo que o Benfica tem apresentado manter-se-ia sem o Pablito. Salvo apenas a excepção das bolas paradas.
São opinioes. Até tal acontecer nunca saberemos como seria.

Anônimo disse...

este GRANDE benfica das goleadas as PEQUENAS equipas

Anônimo disse...

Eu, sinceramente acho que há falta no lance que da origem ao golo do porto, o hulk mete a bola para tras e o defesa do sporting faz um carrinho para a frente que impede o hulk de ir a bola. Quanto ao primeiro amarelo do polga realmente não existe. Mas se revires o jogo vês que uns minutos antes o arbitro lhe tinha perdoado o amarelo. De qq maneira voces antes de criticar o arbitro deviam criticar o polga, que já com um amarelo me faz aquela falta que podia ter tornado aquele jogo num verdadeiro pesadelo. Para mim o único caso realmente vergonhoso é a não expulsão do raul meireles, isso concordo plenamente. Agora já cansa a conversa das arbitragens. Já cansa ver o paulo bento sentado naquele banco. Precisam de mudar. Precisam de um gajo novo que dê um abanão naquela equipa. Eu sou benfiquista e sei o que é ver a equipa a jogar mal, a não ter soluções, a ser uma miséria. Mas nós benfiquistas criticamos antes de mais o que está mal na nossa equipa, gozamos connosco. Vocês têm uma mania da perseguição completamente exagerada. Parece que querem mandar areia para os olhos das pessoas para que estas não vejam a fraqueza do vosso futebol.

Quanto ao pablo aimar, apesar de achar exagerado o que disseste, fique quase emocionado com as tuas palavras. É de facto incrível.

Um abraço.

Anônimo disse...

ganda ze!