Chegaram os teóricos que acham que têm sempre razão. Comecem as precipitações futebolísticas.
26.6.08
Regresso ao futuro
24.6.08
Análises e Previsões
20.6.08
A angustia do Guarda Redes antes de sair a um cruzamento.
18.6.08
AGORA É A SÉRIO
A selecção das equipas capazes de aguentar a pressão, capazes de se exibirem convincentemente e capazes de obviamente obterem resultados está feita. Quer dizer falta uma (Russia ou Suécia). Após 22 jogos está na altura de se fazer um balanço por dois motivos: primeiro porque me aptece e segundo porque hoje quando acabar a fase de grupos não vou ter tempo.
Começo pelo último, pelo inacabado, o D. A Espanha em primeiro, justo. Pelos golos, pelo futebol atractivo e parece-me pela fraqueza das outras equipas. A Russia está na luta e na minha opinião, irá passar pois apesar de mostrar fragilidades na defesa, tem um ataque fresco (tal como toda a equipa devido à época na Russia estar agora a meio) e com bons jogadores. Para o último jogo já contam com Arshavin e certamente que o médio que brilha no Zenit trará maior qualidade ofensiva. A outra equipa ainda viva é a Suécia que confesso esperava mais... Acredito que tem bons valores para não ser Ibrahimovic dependente, e creio também, que o modo para potencializar este grande jogador não pode ser atirar-lhe a bola e esperar que ele resolva. Porém, resultou. Bola para ele golo à Grécia, bola para ele golo à Espanha. Enfim, parece-me uma equipa que está a jogar contra a sua história, que consegue defender mas de forma algo sofrível e que não consegue atacar a não ser da maneira supra referida. Quanto à Grécia não há muito a dizer apenas que desta vez não deu, a sorte não estava do lado deles como em 2004 e quem não joga...
No grupo da morte propunha que o nome se chamasse o grupo dos equívocos. Primeiro o mais óbvio: o eqívoco de Domenech. Ouve vários mas parece-me que jogar três jogos sem um 10 tendo resultados negativos em todos eles é o mais clamoroso. Toulalan não está talhado para fazer a posição 10, ver Makelele a tentar pegar no jogo é anti-natura e a aposta em Anelka (Trezeguet não tinha espaço?)...Não quer apostar em Nasri? Recue Benzema...Só a espaços contra a Holanda a França provou que poderia lutar por este grupo. Quanto à Roménia teve brilhante na gestão do grupo C percebeu as suas limitações, defendeu (e muito bem) e teve na chuteira de Mutu os Quartos de Final mas não estava escrito e as mãos (e o pé) de Buffon escreveram outro caminho. Mestres na gestão dos tempos de jogo e do controle do mesmo (equipa que para mim melhor o fez no euro) fizeram isto mesmo no último jogo e aqui esteve o seu eqívoco pois defender o terceiro lugar não chega para passar. Terá sido por incapacidade ofensiva? Quanto aos apurados da Holanda apenas se pode bater palmas pela frescura de futebol, golos, classe, classe e mais golos também. Van Basten confesso surpreendeu-me:sem receios assumiu a cultura holandesa, mexeu na equipa sempre a ver a baliza e também claro, foi feliz. Por fim a Itália, dois jogos sofridos e um jogo com a França que dado tudo que se passou (lesão de Ribery, expulsão do "central" Abidal e penalty) foi "como eles gostam", isto é, em vantagem geriram o apuramento. Parece-me no entanto que aquele meio campo se atrofia, que De Rossi pisa os mesmos espaços de Pirlo, que deste se pede tudo e que Del Piero tem de jogar mais. Buffon conseguiu o apuramento, salvou literalmente a catástrofe e agora tudo pode acontecer num escaldante Itália-Espanha...
Grupo B não há nada a dizer a não ser elogiar os pupilos de Bilic. Creio que para ninguém deste blog foi uma surpresa. A Croácia na senda da equipa de Suker de 98 ganhou a Alemanha, provou que sabe o que tem de fazer para ganhar em cada jogo. De realçar a simplicidade alucinante de Luka Modric, o discurso positivo de Bilic e os 9 pontos que a tornam no meu entender em candidata. A Alemanha conseguiu também o apuramento. Quanto à equipa da casa muito querer e pouco talento. Já a Polónia considero a pior equipa da competição. Porquê? Primeiro porque não soube defender, ao pensar na Polónia revejo os dois centrais a correrem atrás de dois pontas de lança isolados. Contra a Alemanha até o 2-0 estar feito foram atropelados e contra a Austria só não foi igual por esta ter falhado vários golos.
No grupo A creio ter acertado na minha análise. Portugal passou e surpreendeu apenas no entrosamento e frescura física. A psicologia de Scolari foi fulcral, sentiu-se isso no primeiro jogo e a aposta em Moutinho foi acertada. Na selecção as figuras são muitas mas destaco três: Pepe, Moutinho e Deco. A minha desilusão foi a Suíça, perdeu ingloriamente o primeiro jogo, perdeu ingloriamente o segundo e ganhou ingloriamente o terceiro. Podiam ter passado mas falharam nos momentos cruciais. Quanto a Czech provou-se o que disse que não iriam longe, cairam por onde menos se esperava, fim de época catastrófica de Cech. A Turquia como avisei era capaz do melhor e do pior. Duas recuperações recambolecas, duas vitórias da crença, um apuramento para a história.
Agora é a sério, não se pode falhar, em Viena a glória está à espera...
17.6.08
Já começou!
É este ano?
Hoje decidi perder uns minutos para vos falar de Rodigo Palacio, uma das maiores estrelas do panorama sul-americano mas que por incrivel que pareça tarda em vir para a Europa! Este avançado de 26 anos nascido na Argentina, país que tantos e tantos talentos nos traz, desde muito jovem que surpreendia pela sua facilidade em fuzilar os guarda-redes, foi então em 2002, com 20 anos, que salta do modesto Bella Vista (4ºdivisão) para o Huracán (2ºdivisão) onde o seu desempenho rendeu 15 golos.
Já em 2003 "La Joya" estava em Espanha sentado à mesa com o Alavés e com o Racing Santander quando recebeu um telefonema com uma proposta do Bansfield. Palacio nao hesitou e regressou ao seu país natal, desta vez para jogar no principal escalão.
No Bansfield marcou 11 golos e de pronto surgiu o interesse de um grande do seu país, neste caso o Boca. A transferencia causou grande entusiasmo entre os adeptos mas nos primeiros tempos Palacio surgiu no banco suplentes o que motivou campanhas de apelo ao treinador, na altura Miguel Brindisi, para colocar o menino prodígio no seu 11 ideal, ao que Brindisi respondeu "a tempo lá chegará e vai ser um ídolo para os adeptos". Apesar de ter pedido a demissão pouco depois (após derrota com os rivais do River Plate) o ex-treinador do Boca acertou mesmo e Palacio é hoje ao lado de Riquelme o maior ídolo da torcida, claro que falo de jogadores em actividade pois "O" grande Maradona é e sempre será o grande ídolo no La Bombonera. Curiosamente Maradona telefonou recentemente a "La Joya" para lhe pedir uma camisola, momento mais alto da carreira de palacio? não sei, mas pelo menos o mais emocionante deve ter sido!
9 meses depois de reprentar um grande do futebol argentino foi chamado pela primeira vez para representar a Argentina frente à Bolivia onde so jogou 4 mintuos.
Desde então nao saiu mais das convocatórias da seleçao azul celeste, estando mesmo presente no Mundial2006. O seu trabalho no Boca continuou e ao lado de Palermo tem ajudado a esquecer Carlitos Tévez. Em 2007 marcou o golo mais importante da sua carreira na Final da Taça dos Libertadores da América contra o Grêmio mas nao se fica por um golo numa final e ao serviço do Boca já leva 41 golos(12 deles em 2006 onde foi consedirado o melhor marcador do torneio clausura). Com 1,75m de altura e 66 kg, Rodrigo nao se intimida e apresenta um forte jogo de cabeça. Matador na linha dos grandes goleadores argentinos, este jogador tarda em chegar à Europa apesar de rumores darem conta de uma proposta de 20 milhoes de euros por parte da Lázio, clube menor para as capacidades deste atleta, que pode ser pouco pois grandes clubes como o Barcelona e o Arsenal(escolheram Eduardo em vez de Palacio) já pediram informações ao seu actual clube. É esperar que o craque chegue e depois é disfrutar do seu futebol.
O QUE FALTA A QUARESMA...
Antes de mais, devo dizer que se escrevo sobre um só jogador numa fase em que decorre uma grande competição é obviamente porque ele não me é indiferente e neste caso por considerar que Quaresma é um grande grande talento mas está longe de ser um grande jogador. O que tem Quaresma? Talento para vender onde quiser, no Porto, em Lisboa, Milão etc ; tem recursos técnicos raros em qualquer jogador (mesmo em alguns dos melhores do mundo). O que não tem? O que poderia ter? O que deveria ter? Proponho-me fazer uma breve análise...
Antes de mais, parece-me que Quaresma sofre dum mal que ataca grande parte dos jogadores em Portugal. Este mal tem identifica-se muma frase que o 7 do FCP gosta de dizer e não só gosta, como a repete semana a semana: "eu não tenho nada a provar". Para mim Quaresma, com o devido respeito, tens. Será que quem vai para o Barcelona e não vinga (aqui o maior culpado muito provavelmente não é ele) tendo de regressar para relançar a carreira não tem nada a provar? Porque será que v.g.Man Utd ao querer um extremo chega a Portugal e leva Nani, ainda a começar a carreira, por 25 milhões, e não Quaresma? Sendo ele um valor firmado no futebol português era de prever que o preferissem... A verdade é que Quaresma no Scp perdeu a corrida para Ronaldo (lemram-se quando aquele era melhor que este?) e na selecção está a perder para Nani. Claro que a sorte numa carreira conta muito mas não é tudo...
Quando penso em Quaresma lembro-me das "letras", das "trivelas", das tentativas de agressão, dos jogos apagadíssimos que faz quando são decisivos (final da taça 2008, FCP-Schalke quando isolado falha o apuramento). Para mim, trata-se dum jogador que tem de se libertar e com isto não é insistir nas "leetras" quando a equipa perde. Libertar é aliar tudo o que tem de bom a tudo o que uma equipa precisa dele. Quaresma não é um excelente meia distância mas tambeém Ronaldo não era, Quaresma grande parte das vezes perde o timming do lance (seja o remate, o passe...), Quaresma apaga-se imenso dos jogos reaparecendo não raras vezes a tentar uma meia finta meia agressão ou a agarrar o símbolo do clube (actualmente o FCP). É no meu entender um caso estranho, está num clube que proporciona aos jogadores condições para brilharem e ele pode brilhar. Poré m, na Champions raramente embala para grande jogo, nos derbys tirando um ou dois jogos (normalmente contra slb) apaga-se. Onde Quaresma costuma marcar a diferença é contra equipas manifestamente inferiores...
Isto são as críticas, pois quando Quaresma arranca para uma trivela consequente, quando resumindo...quer jogar, torna-se num potencial grande jogador. Este potencial grande jogador tem muito pouco tempo para provar realmente o que vale..Ou fica ao lado de Ronaldo, Figo, Rui Costa etc ou fica ao lado da segunda linha da história do futebol nacional.
15.6.08
O pequeno gigante
Hoje é fácil de falar bem de João Moutinho. Está na boca de todos por estar com um pé direito no Barcelona, com o esquerdo no Arsenal e com a cabeça no Manchester United. Porém há uns tempos atrás para os não sportinguistas este não passava de um Hugo Viana e para os sportinguistas a estrela da companhia era o balofo do Veloso. Quase um ano depois, o tempo veio me dar razão e consagrou um jogador que admiro dentro do relvado pela sua ambição, garra e qualidade e fora dele pela sua humildade e perseverança. Enquanto Veloso e Quaresma são taxativos a afirmar que querem sair, o jovem capitão sportinguista não entra em euforias desnecessárias e recusa o mediatismo de uma possível transferência milionária../div>Precipitações
14.6.08
E quando os génios falham?
14 anos depois, aparece outro génio irreverente numa grande competição com a responsabilidade de liderar uma frágil equipa (no enquadramento em que está, pois noutro grupo qualquer a questão nem se colocava). Infelizmente o facto de ambos serem idolatrados no mítico Artemio Franchi não e o único traço na história que os une...e Mutu tal como o seu ídolo falhou um penalty decisivo, não numa situacção tão dramática mas pode ter deitado por terra as poucas esperanças romenas.
Só espero que Van Basten, que também foi protagonista de um episodio semelhante ao falhar um penalty nas meias-finais do euro92, seja solidário e não atropele este menino romeno como fez com Luca Toni e Ribery.
E por ainda não ter acabado....
Levanta essa cabeça, e continua a sonhar.
12.6.08
Talento Croata derruba candidatos
11.6.08
ARTE DE DECO EM VITÓRIA DIFÍCIL
Antes de qualquer abordagem detalhada ao jogo importa dar os parabéns Portugal (equipa de futebol obviamente, já que quanto ao resto...) pois em dois jogos conseguiu duas vitórias que têm tanto de importante como de justas. De facto, e ao contrário das duas fases finais, Portugal vence e convence.
Quem pensava que a Czceh iria mostrar o fraco futebol que mostrou contra a Suiça desde cedo teve de mudar de ideias. A estratégia era a mesma mas a qualidade com que os pupilos de Bruckner interpretaram o jogo foi bem diferente. Bruckner percebeu bem como tinha de abordar o jogo (já sem o fulgor atacante de outros tempos onde contava com Nedved, Rosicky, Poborsky etc). Assim, confiou na forte defesa "italiana" para parar a frente imprevisível de Portugal. Porém, parece-me que foi no meio-campo que Bruckner equilibra a primeira parte pois com uma forte pressão e com Baros em vez de Koller conseguiram anular pontos fortes de Portugal como a transição ofensiva e mesmo o ataque organizado, ou melhor, o tal futebol sem balizas que Gullit se referia. Baros ajudava no meio-campo, que com maior capacidade física ganhava a batalha a meio-campo (destaque para Galasek). Na manobra ofensiva Sionko atacava pelo flanco de Paulo Ferreira percebendo que era por ali que poderia nascer perigo e Baros movimentava-se bem criando espaços. Estará o leitor a pensar..."este gajo esqueceu-se dos golos...". Precipitação sua... na verdade, o golo de Deco (o primeiro pois foram mais) nasce quase do nada e o golo da igualdade serviu para dar justeza a uma partida na qual o empate se ajustava. Porém, este golo do empate (Sionko) deu ânimo à Czech que enervou Portugal. A equipa das quinas não conseguia sair a jogar, a transição para o ataque era feita às custas de Deco e Ronaldo por repelões que não traziam nada de relevante, e o último passe saia sempre a tentar forçar o que não dava. Apesar de tudo isto, percebia-se que era muito por mérito da Czech e que tal pressão não podia durar para sempre. De referir que nesta primeira parte Pepe e Carvalho tiveram (outra vez) muito bem, e que Bosingwa apesar de defender bem teve muito mal a atacar.
Na segunda parte, as mesmas equipas mas um jogo diferente. A tal pressão durou mais 10 minutos e nessa fase...transição rápida, Moutinho com espaço abre para a direita e Deco com grande assistência "dá" a Ronaldo que marca um golo como ele sabe. De facto
como li e concordo plenamente, Ronaldo não é no meio que tem de jogar mas é lá que tem de ter forma para aparecer (talvez seja por jogar demasiado encostado à linha que não rende como no Man.Utd). Percebeu-se que salvo algo de anormal o jogo estava
ganho. Mexeram os dois treinadores e os dois bem...Bruckner muda para 4:4:2 trocando Galasek (esgotado) por Koller e em resposta Scolari dá peso ao ataque (e à defesa) com
Hugo Almeida (sai Nuno Gomes) e troca Moutinho por Meira para ganhar altura e "cuidar" do processo defensivo. Mais tarde sairia Simão e entraria Quaresma. Tentou então a Czech empatar, quem viu pensa que foi mais com o coração do que com a cabeça mas não foi, o ataque da Czech é mesmo o jogo "da bola para o Koller" pois dominar o jogo já não é o forte desta equipa. Assim, o perigo veio de...Ricardo (apesar duma boa defesa). De facto, é gritante as falhas do GR nas saídas e nestes lances perdem-se europeus (por exemplo). Jogo acabar e golo de Deco, aliás de Quaresma. Quando as leis do pragmatismo mandavam perder tempo Deco pega na bola desmarca Ronaldo e Quaresma encosta. Os Quartos de final estão garantidos...
Últimas palavras para o "Mágico". Deco está brilhante, naquele seu jeito de de quem faz tudo quase obrigado, parece que vai cair mas consegue uma finta um passe um...poema! Uma má época permite esta forma ( neste jogo não se ficou pelos 60m) mas o talento de Deco é mais que uma má época e uma marca da história do futebol...
9.6.08
Um empate e uma "goleada"
Laranja Mecânica
O que e' amarelo e joga bem?
7.6.08
Il cielo è sempre più blu... (O céu é sempre mais azul...)
De seguida , tenho o privilégio de analisar/comentar/precipitar-me em relação a uma das selecções presentes no Euro08, a selecção Italiana.
A “squadra azzurra” entrou na fase de apuramento para o Campeonato da Europa 08 ainda de “ressaca” pelos festejos da conquista do Campeonato do Mundo recentemente ganho na Alemanha. A caminhada para o Europeu começou a 2 de Setembro de 2006 , em Nápoles,cidade onde se viu um Deus de 1,65cm jogar futebol durante sete anos , num jogo em que todos os prognósticos apontavam para uma clara vitória da selecção campeã do Mundo, a Lituânia surpreendeu com um empate (1-1 ).
Seguia –se a França, cinquenta e cinco dias depois de terem ganho nos penalties contra os gauleses a final do Campeonato do Mundo ,os transalpinos tinham uma oportunidade de provar que o desaire frente à selecção da Lituânia não tinha passado de um pequeno desvio de um trajecto que se pretendia vitorioso e consagrado, no entanto, em Paris , “i bambini di Donadoni” sofreram uma derrota inquestionável por 3-1 que mostrou a Donadoni que tinha muito trabalho pela frente para voltar a pôr a “squadra” a jogar um futebol tão eficaz como o praticado pela Itália de Lippi. Mas se o início da campanha da selecção Italiana foi tudo menos auspiciosa, com apenas um ponto nos primeiros dois encontros, o restante percurso pode-se considerar “imaculado” , nos restantes dez jogos realizados , os transalpinos apenas não venceram a França , registando um empate a zero bolas ,adaptados ao novo sistema táctico imposto e trabalhado por Donadoni, um 4-3-3 que teve como “âncora” um meio campo composto por Pirlo, Gattuso e De Rossi , a Itália sofreu apenas 5 golos e marcou 20 , um registo que se revelou fabuloso se tivermos em conta o início desastroso da campanha.
O onze de Donadoni foi constituído na maioria das vezes por Buffon na baliza ,Zambrotta, Cannavaro,Barzagli e Oddo ( devido à ausência de Grosso) na defesa , um meio campo formado por Pirlo, Gattuso e De Rossi , e no ataque Di Natale , Camoranesi e Luca Toni.
O golo de Panucci aos 90+2 contra a Escócia (2-1) no penúltimo jogo da fase de apuramento é o momento decisivo da campanha Italiana para o Campeonato da Europa 2008 ,o golo de Panucci permitia à Itália depender dela própria para alcançar o seu objectivo principal, bastando-lhe vencer as Ilhas Faroé no derradeiro encontro do grupo para assegurar a qualificação para o Euro, encontro esse que acabou com um resultado de 3-1 a favor dos transalpinos selando assim o apuramento Italiano.
A Itália está inserida no Grupo C do Euro08, juntamente com França, Holanda e Roménia, considerado o “grupo da morte” , o seu primeiro jogo vai ser diante a Holanda a 9 de Junho , seguindo se a Roménia cinco dias depois (13/06) e por fim a França dia 17.
Teoricamente , a Roménia sendo a selecção mais fraca (desfalcada de grandes elementos, tais como George Hagi e Sepsi) está à partida afastada da luta pelos dois lugares de acesso aos quartos de final, sendo assim , a disputa vai ser entre as selecções da Itália, França e Holanda, sendo o meu prognóstico que os lugares de acesso à fase seguinte vão ser ocupados por Itália e França , sendo o jogo de dia 17 de Junho decisivo para saber quem passa em primeiro lugar, apanhando assim o segundo classificado do Grupo D.
Para o Campeonato da Europa a Itália deve manter o esquema táctico utilizado durante a fase de apuramento , o 4-3-3 que tão bons resultados proporcionou .No entanto a inesperada lesão de Cannavaro vai obrigar Donadoni a alterar a sua defesa, substituindo o influente defesa transalpino (melhor jogador do Mundo do ano de 2006) por Materazzi, que embora não tenha participado na maioria dos jogos da qualificação, é um jogador com 40 internacionalizações e que vai participar na sua terceira fase final de uma grande competição Mundial. Outra das alterações que Donadoni deve proceder na sua equipa deve ser a entrada de Grosso para lateral esquerdo em detrimento de Oddo , com Grosso a recuperar o seu melhor nível físico e sobretudo moral na fase final da época, o seleccionador transalpino deve apostar na sua presença no onze, pondo de lado a hipótese de Panucci recuperar, que no ponto de vista de Donadoni é o jogador a ocupar a posição de defesa direito na equipa transalpina, passando Zambrotta para o lado esquerdo.
A estratégia italiana vai incidir principalmente na subida dos seus laterais, Zambrotta e Grosso (se Panucci não recuperar), vão ter um papel fundamental na manobra ofensiva da equipa, protegidos pelo “muro” Gattuso , e pelo “todo terreno” De Rossi .Pirlo (...) vai ter como principal função abrir espaços com os seus passes a rasgar permitindo assim os movimentos já referidos pelos laterais , mas também por parte de Camoranesi e Di Natale, que com talento e velocidade vão desempenhar papeis fundamentais atrás do poderoso e eficaz Luca Toni.

Camoranesi anda a apresentar problemas fisicos , como tal é cada vez mais provavel a presença de Cassano ou de Del Piero no onze transalpino.
Voltando a referir a importância dos laterais no jogo Italiano , é possível que Donadoni adapte a sua táctica a um 4-4-2 com Cassano/Del Piero a ajudar Luca Toni na frente , “empurrando” Di Natale e Camoranesi para as alas , protegendo assim as subidas dos laterais , se Donadoni optar por esta táctica, o sacrificado será De Rossi.
Principal Ausência : Fabio Cannavaro , se o habitual defesa central de qualquer selecção fazia falta, que dizer da falta que o melhor defesa central do mundo e eterno líder de equipa vai fazer durante o Campeonato.
Revelação : Aquilani , algumas palavras , “Meu Deus o que é isto que eu estou a ver?” vai ser a interrogação retórica que muitos vão fazer quando virem este miúdo a jogar, um talentoso médio que não trata a bola por tu , mas sim a bola que o trata por senhor devido à classe com que Aquilani lhe toca.
Jogador Chave : Pirlo (não consigo escrever devido ao facto das lágrimas emocionadas que me escorrem pela face ,por estar a pensar na beleza e inteligência do seu futebol ,terem inundado neste preciso momento o teclado onde escrevo, na minha opinião, o melhor do Mundo).
CONCRETIZAR 2004 NUMA SEGUNDA CASA
Analisando todos os europeus e mundiais, importa referir a imprevisibilidade das equipas devido a inúmeros factores como o desgaste físico e psicológico, após uma época com várias competições e consequentemente com vários jogos, ou como o futuro incerto de alguns jogadores que por vezes influencia o seu desempenho ( tanto pode melhorar como piorar). Estes factores aliados a outros fazem com que qualqer previsão seja sujeita a reprovação no campo prático. Tentarei, ainda assim, prever como jogará Portugal, analisar quer a convocatória quer as outras equipas com quem a selecção portuguesa se irá cruzar nesta primeira fase, e juntar a tudo isto um cunho pessoal.
Quanto à convocatória, e dando como certo que o leitor conhece os 23 convocados da selecção em análise, creio que é consensual quase todas as escolhas havendo algumas questões em aberto. Nos três GR, Ricardo e Quim estavam certos havendo a (pouca importante) questão do terceiro. Scolari optou por Patrício, podia ter levado Ricardo Baptista ou outro jovem mas sabendo o gosto do seleccionador por um terceiro GR jovem aceita-se a opção. Na defesa Miguel e Bosingwa eram os donos da direita. Alves, Meira, Carvalho e Pepe eram consensuais para o centro da defesa. Após tanta consensualidade na defesa o problema (talvez o maior de toda a equipa) surgia na esquerda. De facto, Portugal não tem um defesa esquerdo de raiz que ofereça garantias e, havendo este problema os candidatos eram muitos (Caneira, Paulo Ferreira, Jorge Ribeiro). Scolari optou por um defesa direito ( Paulo Ferreira) e por Jorge Ribeiro que jogou a época toda mais como médio do que defesa. Neste ponto, estou totalmente em desacordo com o seleccionador pois creio que Caneira a todos os níveis (fora e dentro do campo) faz falta e, creio que Antunes após o Mundial de 2006 poderia ter surgido mais vezes para se tornar numa opção. Creio que J. Ribeiro dificilmente será verdadeira opção (como se viu no teste com a Geórgia) mas mesmo que Scolari quisesse um canhoto parece-me que quem deveria sair das opções era Paulo Ferreira. Quanto ao meio campo havia muitas dúvidas mas não na cabeça do treinador…Chama Petit e Deco (homens da sua confiança), a chamada de Moutinho era óbvia, e sobravam três para dois lugares. Maniche (talvez melhor português nas duas últimas fases finais), Veloso ( opção a Petit e polivalente aliado a boa fase final de época) e Meireles (grande época e escolha já habitual de Scolari). Parecia que Veloso ia ficar de fora mas numa escolha algo surpreendente “Felipão” abandona Maniche, antes indiscutível e leva Veloso que terá reconquistado o seleccionador. É uma questão interessante que mostra o valor que Scolari dá à vertente psicológica pois caso fosse outro treinador e analisando as épocas de Deco, Petit e Maniche talvez só o primeiro (dado a escassez de “dezes” em Portugal e também por ter acabado em boa forma a época) tivesse lugar nos 23. Porém, precisamente por ser este o treinador, já se contava com Petit e Maniche pois eram os “seus” jogadores e, preterindo um dos seus Scolari surpreedeu. Quanto aos avançados, após Makukula perder a corrida com Postiga e Almeida com a transferência de inverno, não restavam dúvidas: Ronaldo, Nani, Simão, Quaresma e Nuno Gomes mais os dois que ganharam a citada corrida a três. Do meio campo para a frente é difícil discordar de Scolari pois há um certo conformismo inerente à sua personalidade (o que é algo preocupante). Acreditando que Maniche é uma questão talvez para mais tarde falar pois parece ter sido por factores que nos escapam, ha questões a levantar nomeadamente a de Paulo Assunção. A polémica das naturalizações é normal mas já que o seleccionador se mostra receptivo tal como a FPF parece-me que se tentou esquecer o médio “brasileiro” quando claramente tem qualidade para ser seleccionado e talvez para ser indiscutível.
Scolari jogará certamente num 4:2:3:1 onde Ricardo deverá ser o titular apesar de Quim neste momento ser a opção mais correcta. Depois, na equipa há quarto indiscutíveis: Bosingwa, Carvalho, Deco e Ronaldo. Havendo depois um lote de muito prováveis titulares e uma duas dúvidas que até podem mudar consoante o adversário. Contra a Turquia já se sabe a equipa e posso dizer que concordo de um modo geral pois as soluções que gostaria de ter visto já não iam a tempo deste euro. Parece me óbvio que se poderia jogar neste sistema com Ronaldo a ponta de lança e soltar Quaresma (ou Nani) e Simão nas alas. Ganhávamos mobilidade, qualidade de remate, talvez maior concretização etc.. Dado o desiquilibrio deste plantel creio que só um jogo de preparação é manifestamente pouco já que por exemplo no meio campo há no minimo quatro fórmulas que se poderiam apresentar.
Proponho-me deixar só breves palavras sobre o Grupo A que considero não estar a ter a devida atenção fruto dum optimismo exacerbado e duma consequente descredibilização das outras equipas. A Turquia comporta o peso do primeiro jogo a nível emocional. Parece-me ter uma defesa vulnerável mas um meio campo e ataque fortes e imprevisíveis. A imprevisibilidade e mesmo uma marca desta equipa capaz do melhor e pior como se viu contra a Grécia na qualificação (goleia fora mas perde em casa). A Czech operou uma transição, nomes como Poborsky ou Nedved já não marcam presença e a estes junta-se o lesionado Rosicky. Assim, com o fantástico Cech uma defesa “italiana” e um meio campo e ataque sempre perigosos é uma equipa a ter muito em conta mas que creio não fará um grande euro pois Baros e Koller parecem em baixo e as ausências são de peso. A Suiça e uma das equipas da casa e só isto ja e relevante pois em casa a motivação e enorme e a capacidade de superação também. É uma equipa que esteve presente em 2004, e em 2006 tendo na Alemanha passado em primeiro a frente da finalista França sendo eliminada no “jogo do medo” contra a Ucrânia em penaltys. Tem vindo a crescer e mantém os nomes do mundial (quase todos), é uma equipa sólida que creio pode surpreender.
Sendo Português, espero obviamente que Portugal passe e creio que o pode fazer porém e um grupo equilibrado onde todos têm uma palavra a dizer.
ETERNAMENTE ADIADA!
A eterna candidata Alemanha
Os Convocados da Alemanha
Guarda-redes: Jens Lehmann (Arsenal), Robert Enke (Hannover), René Adler (Bayer Leverkusen).
Defesas: Christoph Metzelder (Real Madrid), Per Mertesacker (Werder Bremen), Philipp Lahm (Bayern Munique), Arne Friedrich (Hertha Berlin), Marcell Jansen (Bayern Munique), Clemens Fritz (Werder Bremen), Heiko Westermann (Schalke 04).
Médios: Michael Ballack (Chelsea), Thomas Hitzlsperger (Estugarda), Simon Rolfes (Bayer Leverkusen), Torsten Frings (Werder Bremen), Bastian Schweinsteiger (Bayern Munique), Piotr Trochowski (Hamburgo), Tim Borowski (Werder Bremen), David Odonkor (Bétis Sevilha).
Avançados: Miroslav Klose (Bayern Munique), Lukas Podolski (Bayern Munique), Mario Gómez (Estugarda), Kevin Kuranyi (Schalke 04), Oliver Neuville (Borussia Mönchengladbach).
Ballack é sem dúvida a figura desta equipa, exemplar em todos as fases do jogo o médio do Chelsea prepara-se para ser uma das figuras do euro, quem sabe o protagonista principal, forte a atacar e a defender, detentor de uma meia distância de fazer inveja a qualquer um, forte no jogo aéreo e ainda um excelente marcador de bolas paradas, todas estes atributos fazem de Ballack um dos médios mais completos do mundo. O percurso da Mannschaft Depois de uma decepcionante participação no Euro 04, com apenas dois pontos na fase de grupos (empate com Letónia e Holanda), atingem um terceiro lugar no Mundial 06 tendo sido eliminados nas meias-finais pela Itália, que mais tarde se consagraria campeã mundial. Quanto ao apuramento os tri campeões da europa foram a primeira seleção a garantir o apuramento, apesar de alguns maus resultados, empate a um com o Chipre, derrota pesada por três bolas a zero contra a República Checa e um empate a zero na ultima jornada diante do País de gales. Momento alto da caminhada foi sem dúvida a vitória de 13-0 frente a San Marino, o homem-do-jogo foi Podolski que assinou um poker, igualando assim Gerd Muller que até ao momento tinha sido o único alemão a conseguir igual feito. Em suma, e citando Lineker, "O futebol são 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha"
Allez Le Bleus
Depois de Jaquet (98) e Lemere (2000) a selecção gaulesa é orientada pelo controverso Raymond Dommenech que para além de ter em 2006 ter deixado de fora, sem aparente razão, Ludovic Giuly, Robert Pires e Phillipe Mexes, neste europeu sacrificou o temível goleador David Trezeguet com base no facto do avançado da “Vechia Signora” ser de um signo que não se enquadra nas cartas. Gomis avançado do Saint-Etiene, um desconhecido do grande público, foi a escolha para substituir uma das peças fundamentais do xadrez francês nos últimos 10 anos.
The Most Beautiful Game




